Tecnologias ajudam o rádio a incorporar elementos visuais à experiência auditiva
01/09/2025O rádio surgiu com um meio eletrônico de comunicação de massa que transmitia áudio, levando a voz e a música até os seus ouvintes. No entanto, com a evolução tecnológica, especialmente com o rádio digital e o rádio híbrido, o setor ganhou a capacidade de incorporar elementos visuais à experiência auditiva. Informações em texto na tela, imagens, logotipos e até anúncios gráficos passaram a complementar a transmissão, criando novas possibilidades de engajamento. Essa transformação não apenas moderniza a forma como consumimos rádio, mas também abre caminho para formatos mais ricos e personalizados de publicidade, capazes de dialogar com o público de maneira mais direta e marcante.
Neste contexto, para um anúncio ser eficaz, ele precisa considerar tanto o áudio quanto o visual para alcançar tanto o público que apenas escuta quanto o que também assiste.
Nos Estados Unidos, onde tanto o sistema de rádio digital HD Radio quanto plataformas de rádio híbrido estão em operação, a empresa Quu atua integrando o rádio e elementos visuais, oferecendo soluções para a exibição de conteúdos gráficos sincronizados às transmissões, sendo uma ponte entre as campanhas publicitárias e as emissoras.
A proposta da empresa é simples: transformar a tela dos dispositivos que reproduzem rádio – como painéis de carros conectados, smart speakers com displays e aplicativos móveis – em espaços de mídia complementar. Isso permite que um anúncio de áudio seja acompanhado, por exemplo, de um logotipo da marca, de uma chamada visual para uma promoção ou até mesmo de informações dinâmicas, como preços e ofertas (a imagem que ilustra este artigo é um exemplo).
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A efetividade dos elementos visuais no rádio
A empresa de pesquisa de mercado Quantilope realizou recentemente um grande estudo sobre o impacto de marca com 1.219 ouvintes em 75 mercados americanos de rádio AM/FM. A pesquisa analisou campanhas publicitárias visuais de seis marcas nacionais dos setores de varejo (conveniência), bens de consumo embalados (CPG), seguros, serviços financeiros, varejo (pós-venda automotivo) e restaurantes de serviço rápido (QSR).
As métricas de valor de marca foram comparadas entre os grupos expostos aos visuais no painel e os não expostos. A diferença representa o “incremento” em notoriedade, consideração e intenção de compra gerado pelos anúncios visuais exibidos no carro.
Cabe observar que, nos Estados Unidos, a maioria dos consumidores possui veículos capazes de exibir palavras associadas a um anunciante enquanto, em alguns veículos, é possível mostrar anúncios visuais no painel com palavras e imagens, como uma logomarca por exemplo.
O estudo da Quantilope revelou que, ao ouvir rádio AM/FM no carro, 83% dos ouvintes prestam atenção aos elementos visuais exibidos na tela. Aqueles expostos aos anúncios visuais da Quu, comparados aos não expostos, apresentaram um crescimento significativo no valor da marca em todas as etapas do funil de compra:
+50% Familiaridade com a marca
+58% Favorabilidade da marca
+56% Consideração de compra
+89% Intenção de compra
+64% Uso da marca
Para o mercado, a capacidade de incorporar elementos visuais representa uma oportunidade estratégica. Os anunciantes passam a contar com um meio tradicional renovado, que combina o alcance massivo do rádio com a atratividade visual típica de mídias digitais e que oferece maior retenção de marca. Por sua vez, as rádios passam a contar com novos formatos de monetização e ampliam a sua competitividade – o rádio passa a disputar investimentos publicitários que antes eram direcionados quase que exclusivamente a plataformas digitais.
Repórter: ZYDigital