5G já cobre 55% da população mundial e é 36% de toda a banda larga móvel

Mas cerca de 312 milhões de pessoas ainda vivem fora de qualquer cobertura móvel.

18/11/2025

A conectividade global avança, mas as desigualdades entre países e regiões permanecem profundas. Dados atualizados de 2025 mostram que, apesar da rápida expansão do 5G e do crescimento contínuo das assinaturas móveis e de banda larga, o acesso segue distribuído de forma extremamente desigual — tanto entre nações ricas e pobres quanto entre áreas urbanas e rurais.

O 5G, lançado comercialmente em 2019, já cobre 55% da população mundial. Mas essa taxa esconde diferenças acentuadas: nos países de alta renda, a cobertura chega a 84%, enquanto nas nações de baixa renda não passa de 4%. A disparidade se repete quando se observam os recortes regionais. Europa lidera com 74% da população coberta, seguida pela Ásia-Pacífico (70%) e pelas Américas (60%). Em contraste, a cobertura é de apenas 13% nos Estados Árabes, 12% na África e 8% nos países da Comunidade de Estados Independentes (CIS).

A desigualdade aumenta quando a análise se desloca para o território. Globalmente, 66% da população urbana já está coberta por redes 5G, contra apenas 40% da população rural. Em países de alta renda, 89% das áreas urbanas têm acesso ao 5G, enquanto nas regiões rurais esse índice cai para 59%. No grupo de países de baixa renda, a tecnologia chega a apenas 9% das zonas urbanas e é praticamente inexistente nas rurais. Em várias partes do mundo, especialmente em regiões rurais de países menos desenvolvidos, há ainda populações que dependem de 3G, 2G — ou sequer possuem cobertura de rede.

Mesmo assim, tecnologias anteriores continuam sendo a base da conectividade global. O 4G cobre 93% da população do planeta, mas a taxa cai para 56% nos países de baixa renda. O acesso via 3G ou superior alcança 96% da população mundial — o que significa que cerca de 312 milhões de pessoas ainda vivem fora de qualquer cobertura de banda larga móvel. Metade desse contingente está na África. Nos países menos desenvolvidos (LDCs) e sem litoral (LLDCs), 12% e 11% da população, respectivamente, seguem sem acesso à banda larga móvel, descumprindo a meta 9.c dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que previa acesso universal e acessível até 2020.

Apesar das lacunas de infraestrutura, o uso de serviços móveis continua crescendo. Em 2025, o mundo atinge 9,2 bilhões de assinaturas móveis — o equivalente a 112 linhas para cada 100 habitantes. A taxa dobra quando se comparam países ricos (142 assinaturas por 100 habitantes) e pobres (70 por 100). Entre as regiões, a maior penetração é registrada nos países da CIS, com 159 assinaturas por 100 habitantes, quase o dobro da taxa africana (92).

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A banda larga móvel segue impulsionando a transformação digital: há 99 assinaturas de banda larga móvel por 100 habitantes — quase uma por pessoa — e elas já representam 89% de todas as assinaturas móveis, ante menos de 50% em 2015. A disseminação do 5G acompanha essa tendência, embora de forma desigual: 36% das assinaturas de banda larga móvel são hoje de 5G, com forte presença nas Américas, Europa e Ásia-Pacífico. Na CIS e na África, porém, a proporção não passa de duas assinaturas 5G por 100 habitantes, reflexo direto da baixa cobertura.

O comportamento é distinto quando se observa o mercado de banda larga fixa. Embora siga crescendo a uma média anual de 5,2% nos últimos cinco anos, a penetração global é de apenas 20 assinaturas por 100 habitantes — bem abaixo da banda larga móvel, já que as conexões fixas tendem a ser compartilhadas entre moradores e apresentam custos de implantação mais elevados. A disparidade econômica novamente se impõe: países de alta renda têm 39 assinaturas fixas por 100 habitantes, enquanto, nos de baixa renda, o índice despenca para apenas 0,6.

Os números mostram que, embora as redes móveis e o 5G avancem rapidamente, a universalização da conectividade ainda está longe de ser realidade. A combinação de barreiras econômicas, geográficas e regulatórias continua deixando milhões de pessoas desconectadas — especialmente nas regiões mais pobres, menos populosas e mais remotas do planeta.

Repórter: Convergência Digital

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