Novos conselheiros reforçam relevância na Lei Geral de Telecomunicações
11/09/2025Octávio Pieranti, novo conselheiro da Anatel que tomou posse
nesta quarta, 10, relembrou que a Anatel tem um papel relevante definido na Lei
Geral de Telecomunicações que, segundo ele, muitas vezes é esquecido: o de
executora de políticas públicas. Já Edson de Holanda, o outro conselheiro que
também assumiu na mesma solenidade, que a Anatel precisa ser uma
"promotora do futuro".
Ambos lembraram que o Brasil ainda tem desafios a vencer em
relação à conectividade significativa, mas em conversa com jornalistas eles se
disseram confortáveis com o fato de que, hoje, o Ministério das Comunicações
tem assumido a execução das políticas públicas. Desde a edição do Decreto
12.282/2024, o ministério passou a ter a prerrogativa de coordenar as entidades
independentes que fazem a implementação de políticas públicas (caso das
entidades EACE, EAF e EAD, ainda que apenas no caso da EACE tenha havido uma
intervenção mais direta), definir as contrapartidas em editais de espectro,
obrigações de fazer e outras iniciativas regulatórias que tenham implicações
nas políticas.
Para Edson de Holanda, o decreto tem respaldo da área jurídica do governo e não há problema nenhum em seguir as políticas públicas emanadas pelo governo desta forma. "Não quer dizer que não possa haver discussões no futuro, mas isso não está no horizonte", diz Holanda.
Quer receber notícias da ACAERT? Assine a newsletter - Assine aqui e receba por e-mail
Já Pieranti lembra que essas entidades são fundamentais para
a implementação de políticas públicas, mas não são os únicos mecanismos.
"As obrigações de fazer, por exemplo, são outro mecanismo
importante". Segundo ele, é uma discussão apenas de definir a governança
dos processos, e a Anatel segue tendo papel dentro dos grupos de gestão das
entidades. Ambos destacam que não pretendem rediscutir isso em um primeiro
momento.
Papel na radiodifusão
Outro aspecto ressaltado por Octávio Pieranti é a relação
entre a Anatel e o setor de radiodifusão. Ele destacou que a agência foi um
interlocutor importante na questão da TV há muito tempo. Mas ele não fala em
ampliar o papel da Anatel no setor de radiodifusão. "Essa é uma agenda
sobre a qual muito já se discutiu. Mas o fato é que a Anatel tem participado
das principais questões hoje da radiodifusão. Ela tem um papel importante ao
gerir o espectro, porque com isso ela acaba determinando onde cabem mais emissoras
ou não. E nas discussões dos programas de radiodifusão, da migração da TV
analógica à TV 3.0, a Anatel tem se feito presente em todos os debates",
diz ele, ressaltando que pretende manter essa interlocução ativa entre a
agência e o setor de radiodifusão.
Repórter: TelaViva