A mídia tradicional voltou a ser hype, as plataformas que se cuidem.

Veículos regionais agora poderão entregar relevância local com tecnologia global.

29/10/2025


Artigo - por Beto Amaral – Vice-presidente de Inovação ACAERT e Vice-presidente Executivo do Grupo SCC

Estive no 27º Congresso da Agert, em Canela, e saí de lá com uma certeza ainda mais forte: a mídia tradicional voltou a ser hype. Sim, aquele mesmo rádio e aquela mesma TV que muita gente dizia que estavam ficando pra trás, agora voltaram a ser olhadas com o respeito e a importância que sempre tiveram. E não é por nostalgia, é por resultado.

Durante as apresentações, ficou claro que rádio e TV continuam sendo os meios que mais constroem marca. A diferença é que hoje fazem isso de forma moderna, integrada, multiplataforma. Elas se adaptaram as novas formas de consumo sem perder a essência. Um dos dados, apresentados pelo mestre Fernando Morgado, que mais me chamou a atenção mostrava a diferença entre a percepção e a realidade de consumo. Enquanto o Spotify tem 25% de percepção e apenas 5% de realidade, o rádio FM/AM tem 26% de percepção e mais de 68% de realidade. Ou seja, o rádio está presente na vida das pessoas muito mais do que se imagina.

Tudo isso reforça algo que temos visto cada vez mais, a credibilidade voltou a ser o ativo mais valioso. As pessoas acreditam no que veem e ouvem na TV e no rádio. É a confiança no veículo que faz o público prestar atenção e se conectar. Isso é algo que o digital, com todo seu alcance e tecnologia, ainda não conseguiu comprar.

E a TV 3.0 muito falada no Congresso, vem acompanhada de inovação e teve sua assinatura oficial realizada recentemente na SET, é um marco que mostra como a televisão está evoluindo para um novo patamar. Essa tecnologia vai permitir uma experiência muito mais interativa, personalizada e conectada, unindo o melhor do broadcast com o universo digital. É a TV de sempre, mas agora com inteligência, dados e interatividade. E isso só fortalece o papel dos veículos regionais, que poderão entregar relevância local com tecnologia global.

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Um dos cases citados no congresso, pelo publicitário Juliano Hennemann, foi o da Nike. Em 2019, a marca decidiu parar de anunciar conceitos de marca e reduzir sua presença na mídia tradicional, apostando apenas em ofertas digitais. No curto prazo, parecia funcionar, mas a médio prazo as vendas caíram. A Nike entendeu a lição e voltou atrás, porque percebeu que sem marca, não há valor duradouro. É o clássico exemplo de que a construção de marca não pode ser deixada de lado, mesmo na era digital.

Os números apresentados também mostraram algo interessante: campanhas realmente eficientes mantêm um equilíbrio de investimento entre 60% em construção de marca — geralmente na mídia tradicional — e 40% em ativação de vendas, normalmente nas plataformas digitais. O digital não é o inimigo; é complemento. É ele que amplifica o que a mídia tradicional constrói.

A sensação que fica é que quem precisa começar a se preocupar agora são as Big Techs. A mídia tradicional voltou com tudo, mais forte, mais moderna e mais relevante do que antes. Hoje, rádio e TV são multiplataformas: estão nas telas, nos apps, nos carros, nas redes sociais, no streaming. E seguem sendo o ponto de partida da credibilidade, da emoção e da conexão com as pessoas.

O Congresso da AGERT deste ano deixou evidente que a mídia tradicional não está resistindo ao tempo — ela está evoluindo. E talvez o maior recado que o evento passou foi esse: enquanto o digital corre atrás de atenção, rádio e TV seguem entregando confiança. E é isso que constrói marcas, movimenta vendas e gera resultados de verdade.

Repórter: Acontecendo Aqui / Beto Amaral – Vice-presidente de Inovação ACAERT e Vice-presidente Executivo do Grupo SCC

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