Funcionalidades da TV 3.0 são apresentadas a servidores da Anatel

Evento contou com a participação do secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, Wilson Diniz Wellisch

21/10/2025


Servidores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) conheceram, na manhã desta segunda-feira (20), algumas funcionalidades da TV 3.0 – a nova geração de transmissão da TV aberta brasileira. O secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, Wilson Diniz Wellisch, participou da apresentação, que foi mediada pelo conselheiro da Anatel, Octavio Penna Pieranti.

Wilson destacou que a TV 3.0 deverá estar em evidência nos displays dos aparelhos, permitindo que os telespectadores acessem a TV aberta de forma simples. Além disso, o botão da DTV+ (sigla da TV 3.0) deverá estar disponível no controle remoto do televisor.

“A gente sabe hoje que há uma certa dificuldade para acessar a TV aberta nos televisores. Por conta disso, o ícone da DTV+ deverá aparecer na tela principal, com o mesmo destaque de outros aplicativos, além de estar presente no controle remoto”, afirmou o secretário de Radiodifusão.

O destaque da TV 3.0 nas telas principais e no controle remoto está definido pelo decreto que regulamentou o novo sistema de transmissão, assinado no final de agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também explicou que o decreto estabelece que as fabricantes de televisores deverão fornecer, de fábrica, antenas para sintonizar a TV 3.0, facilitando o acesso aos canais. Dessa forma, os fabricantes terão que disponibilizar uma antena embutida ou acoplável.

O secretário reforçou que as primeiras transmissões da TV 3.0 devem ocorrer até a Copa do Mundo de 2026, começando pelas grandes capitais. Wilson também comentou que a TV 3.0 elevará a comunicação pública a outro patamar: “Os canais públicos serão protagonistas na TV aberta brasileira. Não farão papel de coadjuvantes”, disse.

Ao acessar o aplicativo DTV+, os canais de governo e da rede legislativa aparecerão ao lado das emissoras comerciais.

Também foi mencionado que o novo sistema de transmissão permitirá a divulgação, em tempo real, de alertas de emergência para prevenção e mitigação de impactos causados por desastres naturais. Isso permitirá que as pessoas sejam avisadas e orientadas sobre quais procedimentos adotar em localidades com risco iminente de alagamentos, enxurradas, deslizamentos de terra, vendavais, chuvas de granizo, entre outras condições extremas.

Os alertas serão emitidos de forma altamente personalizada, a partir da recepção do sinal pela antena, sem a necessidade de conexão à internet. Os servidores da Anatel ainda conheceram um pouco mais sobre a Plataforma Comum de Comunicação Pública e Governo Digital, que integrará conteúdos de comunicação pública e informações governamentais na TV 3.0.

Essa plataforma permitirá interatividade por meio do acesso à internet, viabilizando a prestação de serviços públicos digitais e fortalecendo a relação entre o Estado e a sociedade. Trata-se de um ambiente digital destinado a reunir conteúdos e aplicações de entidades públicas de todos os Poderes, que deverá estar prontamente acessível no catálogo de aplicativos da DTV+.

O conselheiro da Anatel, Octavio Penna Pieranti, que apresentou o evento, falou sobre a importância da TV aberta. “Segundo uma pesquisa recente, o brasileiro assiste a mais de cinco horas de televisão aberta por dia. É um número superior à média europeia e à média dos outros países da América Latina”, disse.

Ele elogiou ainda o decreto assinado em agosto pelo presidente Lula. “Não surgiu uma voz contrária ao decreto desde que ele foi publicado. Todos os setores se viram ali representados — algo que não é muito comum nesse tipo de discussão”, concluiu.

A apresentação das funcionalidades foi conduzida também por Marcelo Moreno, pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e Adriano Adoryan, gerente de Soluções da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).

Moreno explicou que a TV 3.0 teve a navegação orientada por aplicativos para privilegiar a experiência do telespectador. Ele demonstrou como vai funcionar esse formato usando uma tela de TV na qual aparecia vários mosaicos com ícones de diversos canais de TV aberta.

“A realidade do Brasil é muito diferente da realidade da TV aberta no restante do mundo. Por isso não fizemos uma discussão só de engenheiros. Ouvimos vários comunicadores e mais de 100 pesquisadores em todo o processo”, afirmou o gerente de Soluções da RNP.

Repórter: MCom

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