CEOs de gigantes do rádio nos EUA afirmam que o rádio está apenas no começo de sua transformação digital

Segundo líderes da iHeartMedia e da Audacy, o rádio continuará embarcando nas novas tecnologias e a transmissão AM/FM deverá ser preservada, com investimentos

28/04/2022

Bob Pittman (iHeartMedia) e David Field (Audacy), no NAB Show 2022 . (Crédito: RadioInfo Australia)

Na última segunda-feira (25), em painel realizado durante as conferências do NAB Show 2022, dois líderes das maiores empresas de rádio dos Estados Unidos debateram o momento atual do veículo e sua transformação perante o digital. Na palestra “Transformando o Rádio no Renascimento do Áudio”, David Field (CEO da Audacy, antiga Entercom) e Bob Pittman (cofundador e CEO da iHeartMedia) afirmaram que "indústria do rádio continua a abrir espaço para si mesma – reimaginando as operações, destacando sua importância em tempos de crise e pegando novas tecnologias pelas lapelas".

Segundo reportagem de veículos especializados, os dois executivos mostraram que tiveram que aceitar e embarcar na mudança de seus negócios, tornando seus produtos mais maleáveis para vários meios de distribuição, se afastando de "velhas normas" para adotar novas. Isso foi necessário após dois anos de pandemia da covid-19, onde alterações nos hábitos de consumo de conteúdo foram aceleradas. A aceitação às mudanças foi necessária para sobreviver e, posteriormente, avançar.

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Segundo o CEO da iHeartMedia, a pandemia também ofereceu maiores oportunidades de ouvir, especialmente com o surgimento de tecnologias emergentes e plataformas de áudio, como smart speakers e podcast. "A sensação que tenho é que estamos apenas começando, que temos tremendas oportunidades, que do lado dos ouvintes, você está escolhendo pessoas que no ano anterior valorizavam a paz e a tranquilidade, e agora que têm paz e tranquilidade querem algo, e (a indústria de áudio) é a beneficiária disso", afirma Pittman.

Field, da Audacy, também compartilha dessa visão de Pittman. “Estamos à beira da melhor era para o rádio… a extraordinária explosão de conteúdo e experiências que agora estamos oferecendo aos ouvintes através da tecnologia, estamos à beira do rádio e do áudio avançando e entregando ótimos resultados", afirmou o executivo

Pittman também destaca que o desafio para o rádio não é permanecer relevante. “Acho que o desafio para nós será apenas monetizar da melhor maneira possível”, disse ele. Visão esta compartilhada por Field, que afirmou que é hora de o rádio obter sua “quota justa” de publicidade, algo que, segundo o executivo da Audacy, impede a indústria de atingir todo o seu potencial.

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“Não conseguimos decifrar esse código”, disse Field. “É isso que me mantém acordado à noite – que historicamente não conseguimos fazer isso como indústria (...) questionamos a eficácia do que fazemos (...) Nós somos nosso pior inimigo. Mas com os produtos extraordinários que oferecemos ao nosso público, estamos à beira do rádio e do áudio avançando”, afirma David.

Ou seja, o rádio precisa se tornar mais relevante para a publicidade na visão dos executivos, com os investidores finalmente entendendo a importância do meio perante a população. Em resumo, "a indústria precisará tornar o rádio relevante para todos os clientes e tornar-se 'amigável' para publicidade".

Essa visão é possível a partir de uma série de estudos recentes que mostram que o rádio permanece no topo da lista em termos de confiança e influência. Pittman afirmou que, durante a pandemia, o rádio criou um vínculo mais profundo com o público e, por sua vez, aumentou seu valor, continuando a proporcionar uma presença reconfortante nestes tempos incertos, “fazendo companhia às pessoas” ao dirigir, por exemplo. “Somos nós que estamos naquele assento vazio ao lado deles”, diz o líder da iHeartMedia durante o painel.

Os dois executivos afirmaram, segundo a mídia especializada, que "os fortes relacionamentos pessoais das estações de rádio com os consumidores contribuem para seus níveis mais altos de confiança – inestimável tanto na vida cotidiana quanto em tempos de crise – e isso é algo que nenhum dos CEOs está disposto a sacrificar".

 “O rádio é o meio mais confiável por ser múltiplo maior que o social. E acho que viver essa experiência e fazer companhia às pessoas, em alguns casos mantendo-as sãs, acho que há um relacionamento que será para sempre, seja qual for o vínculo, permanece", afirma Pittmann.

“Desempenhamos um papel muito importante nesta sociedade”, afirma o líder da Audacy, que completa dizendo que “é central que mantenhamos a integridade de nossas estações de transmissão", se referindo à importância da operação das estações de rádio AM e FM nos Estados Unidos.

Repórter: Tudorádio.com

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