“Radiodifusor brasileiro é perseverante e determinado”

Em entrevista a radiodifusora Marise Westphal Hartke destaca sua experiência na vice-presidência da Abert.

02/09/2020

Em reunião no dia 26 agosto, em Brasília, o Conselho Superior da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão – Abert elegeu, por unanimidade, o diretor geral do Grupo Bandeirantes de Comunicação, Flávio Lara Resende, para a presidência da ABERT no biênio 2020-2022. Lara Resende substitui Paulo Tonet Camargo, vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo. Para a vice-presidência, foi eleito o presidente da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão - Agert, Roberto Cervo Melão, que substitui no cargo a ex-presidente da ACAERT e membra do Conselho Superior da entidade, Marise Westphal Hartke.

Em entrevista, a radiodifusora ressalta conquistas do setor durante a gestão e fala da sua experiência de atuação em entidade nacional. “Pude ver e sentir de perto as grandes diferenças desse Brasil gigante”. Destaca também o privilégio em representar Santa Catarina na Abert e o orgulho das mulheres empreendedoras da radiodifusão. Acompanhe a íntegra da entrevista:  

1 - A senhora atuou na vice-presidência da ABERT com a experiência de já ter sido presidente da ACAERT e do SERT/SC. Como foi essa oportunidade de contribuir numa entidade em nível nacional?

A experiência de presidir duas entidades estaduais (ACAERT e SERT), citadas pela radiodifusão brasileira como exemplos de organização e atuação, foram primordiais para contribuir em nível nacional, pois pude ser exemplo dos radiodifusores catarinenses que sempre buscam e almejam produtos e serviços cada vez melhores. Que levem ao ouvinte ou telespectador mensagens significativas de vida, que impactem positivamente na qualidade de vida diária. Pude ver e sentir de perto as grandes diferenças desse Brasil gigante mas, acima de tudo, ter o prazer de sentir a perseverança e determinação do radiodifusor brasileiro. Que continua avançando, inovando apesar das dificuldades. E estes exemplos de perseverança, determinação, inovação e união, que sustentam a radiodifusão catarinense, são as contribuições de Santa Catarina para que a radiodifusão brasileira possa se espelhar.

2 - Duas grandes conquistas da ABERT na área do rádio foram a Flexibilização da Voz do Brasil e a regulamentação da profissão de radialista. Gostaria que a senhora comentasse os dois temas.

Flexibilização da Voz do Brasil e Regulamentação da Profissão de Radialista são lutas de vários anos. Envolveram nomes ilustres, guerreiros da radiodifusão que prefiro não nominar para não cometer injustiças. A flexibilização da Voz do Brasil permitiu maior tempo de acesso ao ouvinte, das 19 às 22 horas que antes estava engessado das 19 às 20 horas. Já a Regulamentação da profissão de Radialista veio de acordo com a realidade do mercado, que já não comportava uma legislação datada início anos 40 e, também, não se adequava às novas tecnologias. Havia, inclusive, profissões extintas, a exemplo da famosa função " pau de luz"

3 - A ABERT mantém um trabalho de acompanhamento de perto das atividades parlamentares no Congresso Nacional. O lançamento da Frente Parlamentar da Radiodifusão é um exemplo. Qual a importância desse diálogo franco e aberto?

O diálogo da Abert com o parlamento nacional e a criação da Frente Parlamentar da Radiodifusão permitem que se mostre e se leve, mais de perto, conhecimento da realidade do nosso negócio. Que dá uma visão sistêmica da Radiodifusão brasileira e de criar um ambiente cada vez mais transparente e de confiança mútua.

4 - A senhora foi a primeira vice-presidente da ABERT. Mais uma conquista das radiodifusoras do país?

 A mulher brasileira sempre foi uma batalhadora. E muitíssimo empreendedora. Falar empreendedorismo inclui o setor da radiodifusão, onde a pequena e média empresa são quase a totalidade do segmento. As conquistas das radiodifusoras passaram e passam pelas mesmas dificuldades e alegrias das empresárias de outros setores. Ainda no século 21 as mulheres continuam sofrendo com situações que questionam sua competência, capacidade e inteligência, mas, seguimos em frente. Temos várias mulheres em cargos de liderança no Brasil. Mulheres presidentes associações e sindicatos estaduais são muitas. Não de forma igualitária, mas chegaremos lá. E eu, tenho orgulho, não vaidade, de ter tido o privilégio de representar essas mulheres na vice-presidência da Abert. E continuo no Conselho Superior da Abert por mais dois anos na defesa da radiodifusão.

5 - Como a senhora analisa o trabalho parceiro da ABERT com as associações estaduais, como a ACAERT?

 A Abert tem sua ação voltada para a defesa institucional da radiodifusão brasileira. Foi e é sensível às particularidades dos pleitos estaduais. Na medida do possível tenta resolvê-los. O diálogo franco é exercido. Quem tem experiência no setor e sensibilidade necessária para administrar conflitos de interesses e outros, entende e reconhece o trabalho da Abert.

6 - Quais foram os desafios de representar a radiodifusão de Santa Catarina no âmbito nacional?

O Conselho Superior da Abert é composto por 22 membros. São pessoas com nível de inteligência, educação e vivência extraordinários. Foi uma experiência ímpar. Um doutorado em todas as áreas que a comunicação exige de um bom profissional. O desafio foi representar os excelentes gestores de SC. Agradeço à ACAERT pela oportunidade de representá-la.

Repórter: Assessoria de Imprensa ACAERT

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