Grupo Peperi recebe destaque na edição dominical do jornal O GLOBO

Grupo que reúne sete emissoras de rádio - todas associadas à ACAERT - também tem dois cinemas em cidades com menos de 500 mil habitantes

25/10/2016

A Rede Peperi foi destaque do caderno de economia do jornal O Globo na edição do último domingo, 23. A reportagem assinada por GLAUCE CAVALCANTI destaca que mais de 60% dos cinemas estão em cidades com mais de 500 mil habitantes. Contraraindo essa tendência está o Cine Peperi, empreendimento do Grupo Peperi que reúne sete emissoras de rádios, todas associadas à ACAERT.  Confira abaixo a reportagem

Reportagem jornal O Globo 23/10/16 - Reprodução:

Com 16 mil habitantes, a pequena Itapiranga, no Extremo Oeste de Santa Catarina, vai ganhar uma sala de cinema em 2017. A inauguração do Cine Peperi vai levar a cidade ao posto de menor do país com uma sala em operação, segundo dados da Ancine. Baterá os outros únicos três municípios com menos de 20 mil moradores a contar com um cinema: Cesário Lage, em São Paulo, que tem 17 mil habitantes; o também catarinense Otacílio Costa, com 18 mil, e Remígio, na Paraíba, com 19 mil.

O cinema de Itapiranga será a segunda unidade da Rede Peperi. A primeira fica em São Miguel do Oeste, com população quase três vezes maior do que a da nova praça e que, em seis anos, já vendeu cem mil ingressos. Adilson Baldissera, sócio-proprietário do grupo — que tem sete emissoras de rádio na região — repete os passos dados pelo pai décadas atrás, que ajudou a abrir o antigo Cine Cacique. A sala, que tinha mil lugares, fechou há mais de duas décadas:

— A ideia do novo cinema surgiu quando fui construir um prédio para ser a sede das emissoras de rádio. Seriam cinco andares, com um auditório no térreo. Mas queria montar um espaço para a cidade, então decidi abrir o cinema. Diziam que eu era louco. Procurei a Arcoplex (rede de salas de cinema) para entender como funciona o negócio. Em outubro de 2010, inauguramos o Cine Peperi de São Miguel. A Arcoplex cuida da programação — conta ele.

Baldissera bancou a construção do edifício. Parte dos recursos usados para equipar a sala de cinema foram captados por meio da Lei Rouanet. Em 2015, o Cine Peperi de São Miguel vendeu 40 mil ingressos (R$ 529 mil) e, neste ano, 34 mil bilhetes (R$ 428 mil). As maiores bilheterias da sala foram a franquia americana “Velozes e furiosos 7”, com quase 6 mil espectadores; e os brasileiros “Tropa de Elite 2”, com perto de 5 mil, e “Os dez mandamentos”, com 4 mil.

— O Cine Teatro de Itapiranga também terá instalações de ponta, com geração digital em 2D e 3D. E funcionará como Cine Teatro no prédio da emissora de rádio. A intenção é aprovar o projeto junto à Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, para buscar incentivos através da Lei Rouanet — conta o empresário.

COMPLEXO PARA CIDADES MÉDIAS

Mais de 60% das salas de cinema do país estão concentradas em municípios com mais de meio milhão de habitantes, sobretudo no eixo Rio-São Paulo. Aqueles com menos de 50 mil moradores tinham, em 2015, uma fatia de 1,4% do total de salas no país. O que vem acontecendo nos últimos cinco anos é um aumento das inaugurações nas cidades com cem mil a 500 mil habitantes, que passaram de 66,9% com cinemas, em 2010, para 71,5%, em 2015. E vai rumo ao interior.

Mesmo grandes grupos estão trilhando este caminho. A Cinemark, por exemplo, uma das gigantes do setor, opera 606 salas de cinema em 81 complexos espalhados por 17 estados, além do Distrito Federal. É um salto sobre as 322 salas em 38 complexos que o grupo tinha no país dez anos atrás. Há um ano, criou um novo modelo de negócio, com complexos menores para cidades de médio porte.

— Adequamos o modelo de cinema, mantendo a qualidade e o padrão de salas, para chegar a municípios de 200 mil habitantes. Neste caso, o complexo tem quatro salas, podendo crescer a seis. Nos instalados em capitais mais adensadas, são entre sete e oito — explica Marcelo Bertini, presidente da Cinemark no Brasil. — Vamos abrir o sexto complexo com o novo perfil em novembro, em Bragança Paulista. Em geral, chegamos a lugares onde somos o único cinema no único shopping.

A companhia inaugurou 40 salas de cinema este ano, contra 60 em 2015. A retração tem a ver com a crise econômica, e com o freio na abertura de shoppings no país. Para Bertini, a oferta de cinemas ainda está abaixo do potencial.

Reprodução: 



 

Repórter: GLAUCE CAVALCANTI | Jornal O Globo

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