2016 já supera 2015 em casos de violência contra a imprensa

Dos 119 casos notificados até o momento, o relatório identificou 51 agressões, 17 ataques, 13 intimidações e 13 ofensas

22/06/2016

Desde o início do ano, o Brasil tem registrado vários casos de ameaças e agressões ao profissional da imprensa e aos veículos de comunicação. Somente nos primeiros seis meses de 2016, o relatório Liberdade de Expressão da ABERT já registrou 119 casos.

O número já supera o registrado durante todo o ano de 2016: 116. Em 2015, o Brasil ficou na triste posição de 5º país mais perigoso para o exercício da profissão, quando foram registrados oito assassinatos.

Dos 119 casos notificados até o momento, o relatório identificou 51 agressões, 17 ataques, 13 intimidações e 13 ofensas. Há ainda os casos de ameaças, detenções, censura, e até uma tentativa de assassinato.

Nos casos mais recentes, manifestantes contrários à gestão do presidente em exercício, Michel Temer, invadiram os prédios das afiliadas da TV Globo. Reunidos em frente à TV Anhanguera, em Palmas (TO), manifestantes atiraram ovos e um líquido ácido, atingindo dois seguranças terceirizados e um funcionário da empresa. Em Fortaleza (CE), um grupo entrou na recepção da TV Verdes Mares gritando palavras de ordem contra a emissora.

Em nota, a ABERT repudiou os ataques e lembrou que os veículos de comunicação cumprem o papel de informar com isenção e qualquer tentativa de intimidação é uma afronta à liberdade de imprensa e de expressão.

Também a Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) condenou os ataques contra jornalistas e emissoras e pediu às autoridades brasileiras a adoção de medidas adequadas de proteção aos profissionais da imprensa na realização do trabalho de informar.

“A violência, intimidação, ameaça aos comunicadores sociais e a destruição material dos meios de comunicação violam os direitos fundamentais das pessoas e limitam severamente a liberdade de expressão. É dever do Estado prevenir e investigar essas ocorrências e assegurar o livre exercício da profissão".

Outro caso que aconteceu na quinta-feira (16), em Paris, na França, também teve o repúdio da ABERT. A repórter Sonia Blota e o cinegrafista Fernando Henrique de Oliveira, ambos da Band TV, foram agredidos por torcedores da Alemanha, durante cobertura da Eurocopa.

Além das agressões físicas – Sonia levou um chute na perna e Fernando Henrique um tapa no rosto, eles foram vítimas de ofensas raciais, quando os torcedores, aos gritos de “fora seus negros”, intimidaram a equipe de TV brasileira.

 
 

Repórter: Assessoria de Imprensa ABERT

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