Missão Empresarial da Fecomércio visita a maior Zona Franca das Américas

Ideia da Fecomércio é conseguir viabilizar novas oportunidades de negócios também aos pequenos e médios empresários catarinenses.

20/09/2014

A comitiva catarinense que integra a Missão Empresarial da Fecomércio ao Panamá visitou, nesta sexta-feira (19), a maior Zona Franca das Américas. A Zona Libre de Colón está localizada na região do mar do Caribe, no lado oposto ao da capital panamenha, que fica de frente para o oceano Pacífico. Distante cerca de 80 quilômetros da cidade do Panamá, a Zona Libre de Colón é o centro de compras livre de impostos mais antigo da América Latina, foi fundada em 1948.

A comitiva da Fecomérico foi recebida pela diretora de Markentig da Zona Libre de Colón, Denise Koo, que apresentou os diferenciais que fazem desta zona franca um dos principais polos comercias do mundo. Entre as vantagens estão a isenção de impostos sobre a comercialização de produtos, a localização geográfica e uma ótima logística de escoamento de mercadorias. A zona franca responde por 33% do PIB panamenho, movimentando US$ 25 bilhões de dólares por ano.

Entre os países que lideram as exportações e importações por meio da Zona Libre de Colón estão China, Singapura e Estados Unidos. O Brasil não aparece nem entre os 10 do ranking - prova de como essa relação comercial pode evoluir. E é justamente essa a aposta da administração da Zona Livre. “Nossa intenção é atrair novos mercados e o Brasil sem dúvida é um dos nossos objetivos”, afirmou Denise.

Para os empresários da Fecomércio, a Zona Libre de Colón é uma oportunidade de ampliar o leque de fornecedores que abastecem o varejo catarinense com produtos importados. Célio Fiedler, presidente do Conselho Fiscal da Entidade, resume a impressão do grupo. “Nós comerciantes temos aqui uma grande oportunidade de agregar valor aos nossos negócios”, afirmou.

Oportunidades para Pequenas e Médias Empresas de SC

A comitiva catarinense visitou lojas multissetoriais e estabelecimentos comercias que já têm uma ampla experiência nesse tipo de transação internacional. Alguns empresários de Santa Catarina já descobriram a Zona Libre de Colón, mas a maioria ainda é de grandes empresas e supermercados que têm estrutura operacional e econômica para realizar as importações de forma individual e independente.

A partir da Missão da Empresarial ao Panamá, a ideia da Fecomércio é conseguir viabilizar esta oportunidade de negócio também aos pequenos e médios empresários catarinenses, que representam cerca de 60% dos filiados.

A solução que está sendo estudada pela Federação é formar centrais de compra coletiva, permitindo a divisão dos custos de frete e importação dos produtos. Segundo o conselheiro fiscal, Marcelo Petrelli, a Fecomércio vai produzir um estudo técnico para criar uma espécie de selo de certificação desses fornecedores. “Todos os fornecedores credenciados só serão certificados após uma avaliação precisa. Assim é possível garantir um ambiente seguro de negócios, com fornecedores que respeitem aos requisitos fiscais e legais exigidos no Brasil", detalhou.

Zona Libre também fala Português

Para os brasileiros, o Panamá não é só uma oportunidade de negócios, mas também de trabalho. Em um dos muitos estabelecimentos comerciais da Zona Libre de Colón já é possível ser atendido em português. Regiane Ferronato de Rios trabalha há oito anos em uma das maiores empresas da zona franca.

O sotaque, que ganhou um tempero do espanhol, denuncia que a paranaense está completamente familiarizada com a cultura local. Há 21 anos morando no Panamá, Regiane garante que triplicou os ganhos depois de se mudar com a família para o país "um empresário panamenho veio me buscar no Brasil por eu falar português. Eles estão precisando cada vez mais de pessoas que possam atender os clientes brasileiros, que preferem conversar de negócios com quem fala a língua deles", afirmou. Das dezenas de clientes que ela atende, seis são catarinenses. Entre eles: Bistek, Cassol e Havan.

Conheça Melhor a Zona Libre de Colón

Localizada em uma aérea de 1.400 hectares na província que dá nome à zona franca, não é um exagero afirmar que a Zona Libre de Colón é uma cidade independente. Nela trabalham cerca de 33 mil pessoas nos mais de 2 mil estabelecimentos comerciais e 25 agências bancárias. Cercada por muros e com um forte esquema de segurança, a zona franca vive sob um controle rigoroso de mercadorias, que tem o objetivo de evitar o contrabando e a lavagem de dinheiro.

Com um sistema eficiente de escoamento de cargas que combina portos, ferrovias, aeroportos e o Canal do Panamá, a Zona Libre tem uma política de incentivo a instalação de empresas estrangeiras. Com custos que variam entre 2 mil e 4 mil dólares anuais, a administração da zona franca oferece serviços como arrendamento de lotes, prédios e o armazenamento de cargas.

A Zona Libre é uma área comercial que tem seu foco principal voltado para as vendas no atacado. Ainda assim, é possível fazer compras no varejo. Turistas, em princípio, têm entrada restrita. Mas é possível ver uma grande quantidade deles circulando pelas lojas, inclusive muitos brasileiros. O local tem sido cada vez mais procurado para a compra de eletrônicos, roupas e enxovais de noivos e recém-nascidos fazendo jus à fama de Miami da América Latina

Repórter: Guido Schvartzman - RNA/Especial do Panamá

Últimas notícias