Estratégia é destinar eventual sobra de recursos para estimular compra de aparelhos ou viabilizar a distribuição de kits de recepção já na Copa de 2026
02/12/2025
O Ministério das Comunicações está avaliando a possibilidade de ampliar o alcance do lançamento da TV 3.0 em 2026 com a injeção de mais recursos, possivelmente vindos de sobras dos projetos conduzidos pela EAF e orientados pelo Gaispi, o grupo responsável pelas diretrizes que norteiam os compromissos do edital da faixa de 3,5 GHz.
Originalmente, os projetos previstos para a EAF não incluiam a TV 3.0. Estavam contemplados no orçamento original de R$ 6,3 bilhões (que já cresceram com investimentos) apenas a migração das transmissões dos sinais de TV aberta pelos satélites em banda C para a banda Ku; a limpeza de frequências de 3,5 GHz e instalação de filtros nas estações de recepção e transmissão de satélites em banda C; a construção das infovias subfluviais de fibra óptica do programa Norte Conectado; e a implementação de uma rede privativa (tanto móvel, no DF, quanto fixa, em 6 mil pontos pelo Brasil).
Sobra de recursos
Mas há a expectativa de sobra de recursos, e o governo quer promover a nova geração de TV digital aberta. Para isso, a ideia é criar um programa que permita dar massa crítica à fabricação de equipamentos no padrão TV 3.0 ainda para a Copa do Mundo de 2026, e um programa de distribuição de receptores ou estímulo à venda de aparelhos em alguma capitais brasileiras seria importante.
A TV 3.0 acabou entrando como um compromisso adicional para a EAD, a entidade que fez a implementação dos compromissos do edital da faixa de 700 MHz de 2014 e que também teve um orçamento de R$ 3,5 bilhões à época. Mas o trabalho da EAD ficou restrito ao investimento no desenvolvimento da tecnologia.
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A ideia agora é dar escala para a tecnologia. O problema, obviamente, é que para que uma nova destinação seja dada aos recursos da EAF será necessário, primeiro, assegurar recursos para completar os compromissos atuais, e atestar a missão concluída das operadoras de telecomunicações vencedoras da faixa de 3,5 GHz, que hoje respondem como associadas da EAF.
Segundo fonte do Ministério das Comunicações, de fato existe um estudo nesse sentido e a ideia é estimular o mercado de receptores na nova tecnologia. Também se analisa uma forma de diversificar, geograficamente, a chegada da TV 3.0, já que, nos planos das emissoras de TV que conduzem o trabalho, a ideia era lançar primeiro no Rio, São Paulo e Brasília, pelo apelo junto ao mercado publicitário e impacto na opinião pública. Mas o governo quer levar o programa de estímulo aos aparelhos de TV 3.0 também às regiões Norte e Nordeste, além de permitir uma escala que assegure aparelhos de TV e receptores mais baratos de uma maneira geral.
Repórter: TelaViva