ESPECIAL - Covid 19: Como o rádio e a tv se adaptaram ao novo cenário

Ações em todas as áreas das emissoras marcaram o processo de adaptação sem perder o essencial: compromisso com a sociedade

31/03/2021


A pandemia da covid-19 trouxe vários reflexos no dia-a-dia das pessoas e das empresas. Para enfrentar a situação, foi necessária a adaptação à nova realidade, marcada pelo distanciamento social. Após um ano de pandemia, a Rede de Notícias ACAERT – RNA ouviu vários profissionais da tv e do rádio de Santa Catarina para comentar a adaptação das emissoras neste período.

Durante a pandemia, por causa do protocolo de distanciamento social, os departamentos de jornalismo das tvs abriram mão da qualidade de áudio e vídeo, exibindo entrevistas ao vivo e gravadas pela internet.  Priorizaram a informação. É o que explica o diretor de Conteúdo do Grupo ND, Luis Meneghim. “A televisão que sempre buscou um padrão de qualidade de imagem e áudio, no período abriu mão desta questão para oferecer informação de qualidade ao seu público. Muita vezes, a imagem tremida, o áudio travava, mas o importante é que neste período, nós demos a informação”.

 Megenhim informa que o trabalho remoto, em home office, é uma tendência que veio para ficar. “Nós tivemos, em determinados momentos, muitos profissionais da comunicação em casa. Isso também foi uma experiência pela possibilidade de que esses profissionais ficassem longe das redações. Mas mesmo assim, transmitindo as suas informações, fazendo seus comentários, de forma remota. Foi uma experiência que veio para ficar”.

Outra tendência durante a pandemia foi o crescimento da audiência dos portais das emissoras, com a busca de informações sobre a doença pela sociedade. O diretor de Conteúdo do Grupo ND confirma. “Valorização da informação on line. O Grupo ND cresceu muito na pandemia com o seu Portal ND+. Houve uma busca, uma necessidade de informação”.

Reinvenção - Adilson Silva, superintendente do Grupo Barriga Verde, formado pela TVBV e a Band Floripa e Lages, explica que a empresa já estava em processo de restruturação, exigindo cautela e planejamento. “Tivemos que nos reinventar, para nos manter firmes no mercado. Levando-se em consideração que somos essenciais. Nos adaptamos e tornamos mais frequentes ainda no nosso dia-a-dia o uso das chamadas de vídeo, para deliberações internas com a nossa equipe e também com o contato frequente com os nossos clientes”.

A pandemia teve impacto no faturamento da maioria das emissoras. A reinvenção teve que ser feita também na área comercial. Adilson Silva revela as principais ações na área, com o envolvimento do cliente. “Grande incentivo na divulgação de delivery. Envolvimento dos clientes nas nossas campanhas de conscientização. E também o incremento das mídias sociais nos nossos projetos publicitários”.

Rádio - Os principais anunciantes das emissoras de rádio em Santa Catarina são do comércio regional e local. Com o fechamento de lojas, o impacto financeiro foi importante. A diretora da Rádio Sintonia FM, de Ituporanga, Ana Maciel EXterkotter, analisa. “Alguns contratos voltaram, outros novos surgiram. A gente sentiu mais os contratos relativos a eventos, que ainda não voltaram. Nosso faturamento baixou, mas a gente já conseguiu recuperar um pouco”.

As emissoras do Grupo Difusora, de Rio do Sul, já passaram por vários processos: home office e profissionais contaminados. Segundo o diretor do Grupo, Humberto Ohf de Andrade, mais de 40% da equipe já teve a doença. Por isso, o protocolo é rígido. “Todos trabalham com o uso de máscara. A visitação aos nossos estúdios é proibida. Estamos trazendo apenas algumas fontes para nossos estúdios. E normalmente elas vêm sozinhas. Temos medição de temperatura. Muito álcool em gel. E o restante é adaptação no verdadeiro sentido da palavra. O nosso trabalho hoje obviamente fica um pouco prejudicado, mas é o que é possível ser feito”.

Na Rádio Belos Vales, de Ibirama, uma das medidas foi o rodízio de funcionários, o que acabou mexendo na programação da emissora. Como destaca o gerente da rádio, Alysson Cheny. “No início, tínhamos criado um sistema de rodízio com os funcionários, alguns trabalhando em home office, para reduzir o número de pessoas dentro da emissora. Entramos também com a Medida Provisória com redução de jornada, automaticamente reduzindo a programação ao vivo. Nos horários extremos, início da manhã e final do dia, acabou atrapalhando a grade da programação.

Informar o ouvinte sem alarde e valorizar o comércio local foram prioridades da emissora. “Durante todo o período divulgamos os casos, conscientizamos nossos ouvintes, mas em momento algum sem alarmar. E, sim, apenas informar a população o que estava acontecendo. Por isso, criamos alguns informativos explicando como sair de casa, como ir ao comércio, não sair a família inteira”.

Para o diretor da rádio Continental, de Coronel Freitas, Rodrigo Nardino, a pandemia não trouxe grandes mudanças, pois a emissora já tem experiência de atuação à distância. Por motivos pessoais e profissionais, em várias ocasiões, Nardino apresentou seu programa direto de Novo Progresso, no Pará. “A gente já vinha buscando novas tecnologias, novos equipamentos. Eu já venho fazendo ações remotas dentro da rádio há três anos e meio. Então, a covid para nós, não teve um efeito devastador”.  

Repórter: Assessoria de Imprensa

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