Emissoras de Rádio e de Televisão de Santa Catarina investem em geração de energia solar

Economia, retorno rápido, sustentabilidade e durabilidade são principais vantagens

11/02/2021

A adoção de sistema de geração de energia solar fotovoltaica em Santa Catarina vem crescendo. Atualmente, o estado é o sétimo no ranking em produção de energia solar no país, com 20 mil unidades geradoras. Os dados são da entidade do setor, a Absolar e da Celesc. Economia, retorno rápido, sustentabilidade e durabilidade são algumas das vantagens encontradas pelo consumidor investidor.

Emissoras de rádio do estado já perceberam os pontos positivos do sistema. A pioneira em Santa Catarina foi a rádio Tropical, de Treze Tílias. Em 2018, a emissora inaugurou uma Micro Usina Solar Fotovoltaica, que passou não só alimentar a torre de transmissão e o estúdio da rádio, como também cinco apartamentos e uma sala comercial. O investimento inicial foi de R$ 250 mil, financiados pelo Banco do Brasil. “O resultado é altamente viável. Só a conta do transmissor era de R$ 5 mil. Hoje o valor é de R$ 400,00. E ainda a gente faz crédito de energia em outras contas da empresa”, comemora o diretor administrativo da emissora, Fernando Lopes de Lima.

A Rede Nossa Rádio, composta por sete emissoras, também otimizou o projeto. As placas instaladas no município de Caibi abastecem a emissora da cidade e mais duas rádios da empresa, a Rádio de São Carlos e Irineópolis. “Estamos abastecendo cerca de 90% da energia consumida pelas três emissoras. O gasto era de R$ 11 mil e passou para R$ 1.5 mil”, informa o diretor da Rede, Gabriel Gandolfi.

A Rádio Entre Rios, de Palmitos, é outra emissora que conta com usina de energia solar há dois anos. O investimento foi de R$ 240 mil, com expectativa de retorno de curto e médio prazo. O financiamento foi do Sicoob. A redução no valor da fatura de energia chegou a 95%. O proprietário da emissora, Pedro Peiter, destaca a confiabilidade do sistema. “Até o momento não tivemos nenhum problema de instabilidade. A energia está sendo produzida normalmente”.

A Rádio Capinzal é outra emissora que utiliza o sistema há pouco mais de um ano. Investiu R$ 140 mil, financiados pelo Sicred. E já estão pensando em ampliar o número de placas que captam a energia do sol, de acordo com o gerente financeiro, Sérgio Luiz Scarton.

Projeto - O consumidor que pretende implantar o sistema precisa necessariamente contratar um engenheiro ou técnico habilitado para fazer o projeto, que será analisado pela Celesc. A análise leva em média de 15 a 30 dias, dependendo da complexidade. O gerente da Divisão de Geração Distribuída da Celesc, Ayslan de Souza Ferreira, explica que, depois de aprovado e implantado o projeto, é a vez de vistoriar a obra. “Se estiver tudo ok, nosso pessoal de campo vai até as instalações do consumidor e troca o medidor convencional para o medidor bidirecional. A partir daí estará conectado ao nosso sistema como uma unidade consumidora como micro geração”.

O engenheiro da Gdue Energia Solar, Giliard Paganini, responsável pelo projeto de várias emissoras de rádio em Santa Catarina, ressalta a facilidade da manutenção dos equipamentos de energia solar. “A manutenção é muito pequena. Pode passar ano sem fazer nenhum reparo, só limpeza. São sistemas extremamente confiáveis e automatizados. E podem ser acompanhados por aplicativos de aparelho celular”.

Várias emissoras já compraram a ideia. A Rádio Cultura, de Campos Novos, está na fase de orçamentos. A Rádio Jaraguá definiu o investimento no valor de R$ 130 mil, com fornecimento de energia para os estúdios e antena, com retorno de 24 a 36 meses. Deve instalar em março. Na mesma cidade, a Rádio Brasil Novo deve inaugurar o sistema até o final de fevereiro. O investimento é de R$ 90 mil, com recurso próprio. O diretor da emissora, Olavo Reali, fala da sustentabilidade do projeto. “É uma energia limpa. Nós optamos por uma energia que não afeta o meio ambiente”.

A Rede Demais FM está instalando um projeto piloto de geração de energia solar em uma das três emissoras da empresa. Os estúdios e o parque de transmissão da Demais FM de Taió receberam a energia produzida pela micro usina. O objetivo é consumir energia de produção própria. Conforme os resultados, o projeto será estendido para as emissoras de Itaiópolis e Presidente Getúlio, segundo o proprietário da Rede, Ranieri Moacir Bertoli. 

Em Porto União, a FM Verde Vale e a CBN Vale do Iguaçu só não implantaram ainda por causa das chuvas de janeiro. O projeto está pronto e financiado pelo BRDE no valor de R$ 250 mil. A economia projetada é de R$ 6 mil por mês. O diretor das emissoras, Caique Agustini, aponta as facilidades de financiamento como uma das vantagens. “Com a facilidade de instalação e principalmente com financiamento e juros diferenciados e prazo estendido, nós calculamos que o momento era esse”. 

Mas não são só emissoras de rádio que estão investindo em geração de energia solar. O Grupo ND, um dos maiores grupos de mídia do Sul do país, está investindo cerca de R$ 12 milhões em um megaempreendimento a ser instalado no município de Piratuba. Serão instalado seis mil painéis de energia solar capaz de gerar energia suficiente para mais de 2 mil imóveis. A produção gerada se transformará em créditos de energia que o Grupo ND utilizará em suas sedes e retransmissoras pelo estado. O prazo de conclusão da obra é de 120 dias.  “A energia elétrica é um insumo com um valor muito significativo, por conta da geradora, transmissores, repetidoras, estúdios, instalações, enfim, toda estrutura para entrega do nosso produto. É uma situação que nos interessa buscar economia para também não ficar refém dos aumentos da energia elétrica, que é um monopólio. É o custo Brasil. Tivemos uma dificuldade para aprovação do projeto. Levamos um ano e meio para todas as liberações. Mas estamos muito satisfeitos. A construção começa daqui a três meses. Um investimento de médio e longo prazos”, destacou o superintendente do Grupo ND, Marcello Corrêa Petrelli.

Repórter: Assessoria de Imprensa

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