O serviço que não pode parar

Saiba como emissoras de rádio e de televisão estão se adaptando para informar à sociedade, como veículos essenciais, sobre o combate ao covid-19. Das pequenas emissoras às grandes redes

19/03/2020

Home office emissoras

Não é uma enchente ou qualquer outra tragédia natural. Trata-se de uma pandemia de um vírus que o mundo inteiro está combatendo: o covid-19. Uma das principais armas nesta verdadeira guerra contra o novo coronavírus é a informação precisa e de qualidade. Ferramenta que também foi fundamental em outros momentos de dificuldades. Neste contexto, as emissoras de rádio e televisão novamente vêm prestando um serviço essencial para orientar e informar o catarinense.

A Rádio Jovem Pan News Difusora de Rio do Sul, por exemplo, que tem uma larga experiência de cobertura jornalística de enchentes na região, já está preparada para outro desafio de manter o ouvinte informado. O diretor da emissora, Humberto Ohf de Andrade, fez o comparativo. “Nas enchentes, a gente sabe que é um período curto. É uma semana, dez dias. Os nossos problemas eram o rio e o deslocamento na cidade. Agora é diferente. Não sabemos o quanto vai durar”. “A prestação de serviço não pode parar, nunca. E todo o nosso jornalismo vai continuar trabalhando normalmente”, completou.

A cobertura da pandemia está fazendo muitas emissoras a mudarem sua programação. É o caso da Difusora FM, de Laguna. A direção dispensou os colaboradores da área musical, focando no jornalismo principalmente com as notícias locais e da Região da Amurel. Também é o caso da Clube FM de São Domingos. A programação musical foi alterada durante todo o dia, com prioridade do jornalismo. As duas emissoras da Rádio UnC em Canoinhas e Concórdia, essencialmente musicais, acrescentaram informações jornalísticas, inclusive com entrevistas com autoridades locais, explicou o coordenador de jornalismo, Paulo Ricardo Ferreira.

Clientes - Os anunciantes não foram esquecidos no trabalho de orientar a sociedade.  As rádios Caibi, 101,5 FM (Palmitos), São Carlos, 100.7FM (Passos Maia) e 105.9 FM (Irineópolis) colocaram as emissoras à disposição dos clientes para ajudar a divulgarem formas de continuarem as atividades como, por exemplo, vendas por telefone, WhatsApp, tele entrega, entre outros.

Outras emissoras resolveram ampliar a sua programação jornalística já existente. Esse é o caso da Rádio Catarinense, de Joaçaba. O diretor da emissora, Nelson Paulo explica que “a Rádio Catarinense, que normalmente tem mais de 4 horas de notícias/informações por dia, desde o decreto do governador, só toca música quando não tem fatos a levar ao ar. Inclusive não rodando blocos inteiros de comerciais com o devido consentimento dos anunciantes, que estão solidários com o trabalho que estamos realizando”.

Missa - E em tempos de distanciamento social, a maioria está limitando o acesso interno das emissoras. De funcionários a visitantes. É assim na Rádio Videira e nas outras 8 emissoras do grupo RBV Rádios. “Vendedor e o pessoal da opec estão trabalhando em casa, via acesso remoto. Locutores e jornalismo vindo normalmente para a rádio, só que com redução dos turnos. Home office principalmente à noite”, destacou o jornalista da emissora Ramon Bonassi. Para não deixar de prestar um serviço essencial à sociedade, as emissoras adotaram mesmo o home office. A Rádio Araranguá é uma delas. “Ficou o nosso operador no estúdio. Operador de gravadora vai de manhã cedo e no final da tarde. Toda equipe de jornalismo e de apresentadores está fazendo tudo de casa”, destacou o produtor da emissora, Samuel Cardoso Soares.

E para levar uma mensagem positiva e de esperança aos fiéis que estão confinados em casa, a diocese de Caçador realizará uma missa especial, transmitida exclusivamente pela Rádio Caçanjurê, que não costuma transmitir eventos religiosos. A celebração, sem público, será nesta sexta-feira às 19h, celebrada pelo bispo Dom Severino Clasen diretamente da catedral. A parceria da igreja com a emissora prevê a transmissão de três missas na semana.

Redes – Já a Rede de Notícias ACAERT – RNA, braço editorial da entidade, redobrou seu trabalho de produzir e distribuir material jornalístico para as emissoras associadas à entidade. “Mudamos nosso sistema de trabalho e estamos atualizando as informações em praticamente em tempo real. Boletins são disponibilizados no site e nos grupos de whats app da ACAERT”, informou o coordenador de Conteúdo, Guido Schvartzman.

A realidade não é diferente nas grandes redes do estado. O diretor do Grupo ND, Luis Meneghim, explica que a empresa precisou se organizar para enfrentar o desafio de informar. “Nós esvaziamos a nossa redação integrada, que conta com a participação de 100 profissionais de todas as plataformas da empresa. Muitos estão trabalhando em regime de home office. Já o pessoal da tv e do impresso está trabalhando normalmente na emissora, mas está evitando as saídas. Comentaristas como o Paulo Alceu e o Prates estão trabalhando de casa”.

Por sua vez, o diretor da NSC, Mário Neves, informa que a empresa criou um comitê de risco que avalia diariamente a situação. “Alguns profissionais estão atuando de casa, como o Mário Mota, que está prestes a completa 68 anos. Foi montado um mini estúdio em sua residência, com condições técnicas para as transmissões. Na rádio, o jornalista Roberto Alves já estava utilizando as transmissões virtuais desde o início da semana. O mesmo recurso vem sendo utilizado em todas as unidades da NSC no Estado, com entradas dos jornalistas de casa, como Claudio Loetz em Joinville, e Walter Ostermann em Blumenau. por exemplo. No BDSC, o colunista Anderson Silva também está fazendo home office, pois sua mulher é gestante”, disse.

Nas demais áreas, a empresa adotou home office para todos os integrantes de grupos de risco e para todas as funções que possam ser desempenhadas remotamente.  No jornalismo, essencial neste momento, estão sendo tomadas todas as precauções, como higienização de todos os equipamentos, dos veículos, com reforço nas áreas ocupadas pelas equipes. Cuidados que incluem espaçamento entre as estações de trabalho, nas áreas comuns e no restaurante, entre outras. “Sabemos que estamos disputando uma maratona e não uma corrida de 100 metros”.

CONFIRA ABAIXO MATÉRIAL EM ÁUDIO SOBRE O ASSUNTO:

 

Repórter: Assessoria de Imprensa ACAERT

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