Entidades de classe repudiam agressões a jornalistas após decreto de prisão de Lula

ABERT, ANER e ANJ publicaram notas contra agressões e hostilidades sofridas por profissionais de imprensa

06/04/2018

A Abert (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), a Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas) e a ANJ (Associação Nacional de Jornais) repudiaram nesta sexta-feira (6) as agressões e hostilidades sofridas por profissionais de imprensa que trabalhavam na cobertura de eventos relacionados à ordem de prisão contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem (5). Em nota, as associações classificaram tais episódios como "violência injustificável e covarde", que "decorre da intolerância e da incapacidade de compreender a atividade jornalística, que é a de levar informação aos cidadãos". "Além de atentar contra a integridade física dos jornalistas, os agressores atacam o direito da sociedade de ser livremente informada", diz o comunicado.

A ordem de prisão contra Lula, decretada pelo juiz federal Sergio Moro na quinta, provocou agressões a jornalistas em duas cidades. Em São Bernardo do Campo (SP), onde o expresidente passou a noite no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a imprensa teve que sair da sala onde estava, no térreo, para o terceiro andar do edifício, depois que profissionais foram hostilizados por militantes. Um manifestante pró-Lula foi flagrado no momento em que lançava ovos em direção aos jornalistas .

Segundo informações de "O Estado de S.Paulo", o fotógrafo do jornal Nilton Fukuda foi atingido por um dos ovos. Ainda de acordo com o veículo, o agressor vestia camiseta da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Um carro do jornal "Correio Braziliense" foi vandalizado. O automóvel estava em frente à sede da CUT, em Brasília, quando cerca de 30 pessoas avançaram em direção à equipe de reportagem. Estavam no carro uma repórter, uma fotógrafa e o motorista. 

Um vidro foi quebrado enquanto os militantes gritavam ofensas ao jornal e à imprensa de modo geral. O caso foi registrado na Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado. No mesmo local, equipes do "SBT" e da agência "Reuters" foram ameaçadas e cercadas. "Vocês vão sair daqui para o bem de vocês", ouviu um cinegrafista da emissora de TV. Na manhã desta sexta-feira, outra entidade de classe, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), também já havia emitido nota.

Repórter: UOL

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