Credibilidade de conteúdo e segurança dos anunciantes são temas de evento em Florianópolis

Para um público de mais de 200 pessoas, palestrantes discutiram os rumos do mercado de comunicação no ambiente on-line

25/05/2017

Os desafios das marcas e anunciantes no ambiente digital, ameaçado pelo avanço das fake news, e as oportunidades para os veículos assegurarem a certificação das informações e a consistência das audiências foram tema do painel Brand Safety em Foco, realizado na tarde de quarta-feira, em Florianópolis.

Promovido pelo Grupo RBS, com apoio da ACAERT, o encontro contou com a presença de 250 pessoas — entre profissionais do mercado publicitário, jornalistas, estudantes e empresários — e discutiu os rumos do mercado de comunicação diante desse cenário. 

O jornalismo como negócio da confiança

Marcelo Rech, que preside a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e também o Fórum Mundial de Editores (WEF), foi o primeiro palestrante da tarde. Ele apresentou um resgate histórico do modelo de comunicação de massa, que deixou de ser uma prerrogativa de jornalistas profissionais e empresas do setor para o mundo das redes sociais, em que todos são emissários e receptores de informação. Para Rech, a grande transformação recente do poder de disseminação das redes sociais se deu na Primavera Árabe:

— Há seis ou sete anos, se destampou uma série de vozes que nunca tinham tido acesso a se expressar livremente. Isso levou a uma derrocada de regimes ditatoriais e um ambiente de democracia se instalou. Porém, isso acendeu um alerta e governos como o do Irã perceberam a possibilidade de identificar quem estava disseminando essas informações e usar a ferramenta a seu favor — disse.

O presidente da ANJ elencou exemplos em que boatos alavancados pelas mídias sociais resultaram em problemas concretos. A eleição norte-americana que deu vitória ao Republicano Donald Trump e o Brexit estiveram entre os casos.

Rech afirma que o grave problema foi levado pelo WEF à ONU. Porém, vê com temor o avanço de defesas de uma dura regulamentação do setor de notícias como alternativa para o problema:

— Sou um grande defensor da autorregulamentação e não de regulamentação. O grande risco que se coloca é quem define o que é notícia falsa ou não. Podemos criar um grande irmão, big brother, que vai definir o que vamos ler ou não.

Soluções para garantir confiança

Pedro Martins da Silva, presidente do instituto verificador de circulação (IVC) falou na sequência. Ele apresentou soluções que a entidade vem desenvolvendo para atestar a confiança de sites de notícia e também de campanhas no ambiente on-line. Para Silva, a certificação ajuda editores a identificar e reduzir fraudes e garante confiança do veículo no mercado. Em relação a métricas na internet, o presidente falou em três passos para obter a Quality Certifier.

— Os veículos têm as métricas do Google Analytics. Entramos para atestar que ela está perfeita, que há qualidade do tráfego e que são pessoas, e não robôs que geram audiência.

Para isso, um algoritmo é treinado para identificar esses comportamentos por probabilidade. Batista garante que são ferramentas que aumentam a eficiência de agências e anunciantes.

Em seguida, houve um debate. Além de Rech e Batista participaram Pedro Cherem, presidente do Sindicato das Agências de Propaganda de Santa Catarina (Sinapro/SC), e George Fortunato, gerente executivo de jornais do grupo RBS em SC.

Repórter: com informações do Diário Catarinense

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