Manchetes dos Jornais e Clipping - 09/12/13 - Segunda-feira

09/12/2013

Diário Catarinense 
SC festeja e lamenta ao mesmo tempo no futebol

A Notícia 
Barbárie na Arena

Jornal de Santa Catarina 
Samae vai aumentar conta de água em 9%

Folha de São Paulo
 Ineficiência marca gestão do SUS, diz Banco Mundial

O Estado de São Paulo 
Órgão regulador quer limite a aposentadoria de executivos do BB

O Globo
Vigilância – Clinton critica espionagem à Petrobras

Correio Braziliense 
Dia de vergonha no país da Copa

Zero Hora
Programa Mais Médicos no RS – Eles são poucos, mas têm apoio da população

(Folha de São Paulo)
Falta mais eficiência ao SUS do que verba, afirma estudo
Os problemas de acesso e cuidados especializados no SUS têm mais a ver com desorganização e ineficiência do que com falta de dinheiro. Essa é uma das conclusões do Banco Mundial em relatório obtido com exclusividade pelaFolha que analisa 20 anos do SUS e traça seus desafios. O próprio governo reconhece a desorganização, mas aponta avanços nos últimos anos. O subfinanciamento é sempre citado por especialistas, gestores e governos como uma das principais causas para as deficiências do SUS. E o Banco Mundial reforça isso: mais da metade dos gastos com saúde no país se concentra no setor privado, e o gasto público (3,8% do PIB) está abaixo da média de países em desenvolvimento. Mas o relatório afirma que é possível fazer mais e melhor com o mesmo orçamento. "Diversas experiências têm demonstrado que o aumento de recursos investidos na saúde, sem que se observe a racionalização de seu uso, pode não gerar impacto significativo na saúde da população", diz Magnus Lindelow, líder de desenvolvimento humano do banco no Brasil. Um exemplo citado no relatório é a baixa eficiência da rede hospitalar. Estudos mostram que os hospitais poderiam ter uma produção três vezes superior à atual, com o mesmo nível de insumos. Mais da metade dos hospitais brasileiros (65%) são pequenas unidades, com menos de 50 leitos --a literatura internacional aponta que, para ser eficiente, é preciso ter acima de cem leitos. Nessas instituições, leitos e salas cirúrgicas estão subutilizados. A taxa média de ocupação é de 45%; a média internacional é de 70% a 75%. As salas de cirurgias estão desocupadas em 85% do tempo. Ao mesmo tempo, os poucos grandes hospitais de referência estão superlotados. "No Brasil, sempre houve grande pressão para não se fechar os hospitais pequenos, o que não ocorre no exterior. O problema não é só ineficiência, mas a falta de segurança desses locais", diz a médica Ana Maria Malik, do núcleo de saúde da FGV. Mas a questão hospitalar é só um ponto. Grande parte dos pacientes que vão a emergências hospitalares é de baixo risco e poderia ser atendida em unidades básicas. Dois estudos citados pelo Banco Mundial estimam que em 30% das internações os pacientes poderiam ter sido atendidos em ambulatórios. "O Brasil tem alto índice de internações por causas sensíveis à atenção primária, que poderia ser minimizado com melhor organização do fluxo assistencial, gerando, assim, uma menor pressão na rede hospitalar", diz Lindelow. Cuidado adequado para hipertensos e diabéticos, rastreamento de câncer de colo de útero e mama, por exemplo, são ações que podem reduzir parte dessas internações e da mortalidade precoce. Para o médico Milton Arruda Martins, professor da USP, uma razão para a baixa eficiência na atenção básica é o grande número de pacientes por equipe de saúde da família. "É do dobro do que se preconiza. Se cada equipe tivesse um número menor de pessoas para atender, a capacidade resolutiva seria maior." Segundo Lindelow, a atenção especializada é outro desafio que não se restringe a equipamentos e insumos. "É essencial investir em capacitação, criação de protocolos e regulação de demanda que permita o acesso a especialistas, exames e cirurgias." Na opinião de Milton Martins, a rede secundária também é insuficiente. "Pequenas cirurgias, como catarata e hérnia, podem ser feitas fora de hospitais, em ambulatórios, mas não há especialistas nem estrutura para isso."

Jefferson pode ir para a cadeia, diz laudo
O laudo médico encomendado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para avaliar a saúde do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) sustenta que ele não precisa cumprir sua pena em prisão domiciliar. A informação, veiculada ontem pelo canal Globo News, foi confirmada pelo petebista àFolha. A reportagem teve acesso ao documento, enviado ao ministro Joaquim Barbosa, que afirma que o autor da denúncia do mensalão está curado do câncer. Jefferson foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão no regime semiaberto pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele havia apresentado pedido para cumprir a pena em casa. "Do ponto de vista oncológico, esta junta médica não identifica como imprescindível, para o tratamento do senhor Roberto Jefferson Monteiro Francisco, que ele permaneça em sua residência ou internado em unidade hospitalar", afirma o laudo. De acordo com o documento, o ex-deputado "não apresenta qualquer evidência" de câncer em atividade, mas há a recomendação de que continue a fazer acompanhamento médico periódico. Isso significa que, se for para a cadeia, Jefferson deverá ser autorizado a sair regularmente para consultas e exames. Assinam o laudo os médicos Carlos José Coelho de Andrade, Cristiano Guedes Duque e Rafael Oliveira Albagli, do Inca (Instituto Nacional do Câncer). A defesa do petebista, que continua em casa, deve insistir no pedido de prisão domiciliar. Jefferson tem afirmado que está livre do câncer no pâncreas, mas que precisa do benefício devido às consequências da cirurgia que sofreu, em julho de 2012, para retirar partes de vários órgãos. O petebista, que precisa tomar um coquetel diário de remédios e vitaminas, sofre de anemia e diabetes.

Missa expõe adoração religiosa a Mandela
A adoração religiosa dos sul-africanos por Nelson Mandela manifestou-se ontem na igreja-símbolo da resistência ao apartheid, em uma missa mais longa e concorrida do que de costume. Mandela, morto na quinta, foi o personagem de cultos de diversas religiões pelo país ontem, em um "dia de reflexão e oração", conforme havia pedido o governo. Na igreja católica Regina Mundi, no bairro de Soweto (Johannesburgo), havia razões sentimentais e históricas para lembrar o líder. Em tom messiânico, o padre Sebastian Rossouw referiu-se a Mandela como "luz maior, a luz de Deus". "Deus nos enviou o profeta Isaías, nos enviou são João Batista e nos enviou Mandela. Deus mostrou a luz que pode brilhar na escuridão", pregou a centenas de pessoas, a maioria da região, mas também rostos brancos que certamente não eram de lá. Antes mesmo de sua morte, Mandela já era tratado como divindade. Ocupa o lugar mais alto no mural que homenageia líderes da luta contra o regime de segregação racial, encerrado em 1994. O vitral na fachada preserva buracos de balas de quase 40 anos de idade. Foram feitos pela polícia sul-africana em 1976, ao perseguir jovens que ali buscavam refúgio durante o Levante do Soweto, primeira vez em que o apartheid realmente balançou. Na capela ao lado do altar, foi aberto um livro de condolências com a foto de Mandela e uma vela. "Ele sentiu a dor, ele sentiu-se angustiado, e então Deus ofereceu muito a ele", dizia uma mensagem. "Madiba, você mudou minha vida", resumia outra, chamando Mandela pelo apelido. Com apenas 7% da população, a Igreja Católica é uma das maiores e mais organizadas da África do Sul, dada sua fragmentação religiosa. Orgulhosamente africana, a Regina Mundi faz suas missas em línguas tradicionais, como zulu e soto, faladas pela maioria da população negra de Johannesburgo. O inglês é secundário. Os vitrais têm imagens de negros ao lado de passagens bíblicas, e o quadro principal ao lado do altar mostra Maria e o menino Jesus de pele escura. A Bíblia exposta é em zulu. Mandela, mesmo sem ser católico, tinha relação próxima com o local. Em 1997, já como presidente, deixou-se filmar lá dançando com os braços dobrados junto ao corpo, no que ficou popularizado como "Madiba dance". Foi na Regina Mundi que ocorreram as audiências da Comissão de Verdade e Reconciliação após o apartheid, modelo para todas as outras (inclusive a brasileira). Ontem, o dia foi de louvar o amigo ilustre. Senhoras da Ordem da Imaculada Conceição, de vestido azul-claro, faziam dueto com o coral ao som de tambores. Meninas de véu branco seguravam velas nas primeiras fileiras. Ao menos dez cânticos foram entoados nas três horas de missa, culminando num refrão em soto que é famoso nas ruas sul-africanas: "Nelson Mandela, não há ninguém como ele", repetido à exaustão pela plateia em transe. Ao final, após o último canto, o hino sul-africano, o padre fez a oração final, pedindo que Mandela "descanse em paz e levante-se em glória". Outra celebração, em Johannesburgo, reuniu o presidente Jacob Zuma e Winnie Mandela, ex-mulher do líder. O enterro de Mandela será no domingo em Qunu, lar de sua tribo. O governo sul-africano espera 60 chefes de Estado, entre eles Dilma Rousseff, que chega hoje, acompanhada dos ex-presidentes Sarney, Collor, FHC e Lula.

Banco do Vaticano fecha centenas de suas contas
O Banco do Vaticano está pondo a casa em ordem e fechando centenas das 33 mil contas que administra. A campanha abrangente de repressão a irregularidades, a primeira nos seus 71 anos de existência, acontece depois de meses de pressão por grandes bancos. Deutsche Bank, JPMorgan e UniCredit se recusaram a prestar serviços financeiros à Santa Sé nos últimos dois anos. A pressão forçou o Vaticano a reformar o banco para afastar potenciais culpados de lavagem de dinheiro e sonegação de impostos. Esse processo vem sendo acelerado pelo papa Francisco desde sua eleição, em março. Executivos de outros bancos --entre eles, Peter Sutherland, presidente não executivo do Goldman Sachs-- atuaram como consultores não pagos do Vaticano. O timing da "faxina" é crucial. Um comitê do Conselho da Europa vai se reunir em Estrasburgo hoje e decidir se inclui o Vaticano na "lista branca" de nações contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.

(Diário Catarinense)
Quando o futebol dá lugar à barbárie
Eram 15 minutos do primeiro tempo e o placar marcava 1 a 0 para o Atlético-PR sobre o Vasco quando as arquibancadas da Arena Joinville, que deveriam ser palco de torcedores, se transformaram em um ringue para vândalos. Parte da torcida das duas equipes partiu para o confronto direto e espalhou o pânico entre os que estavam ali apenas para assistir a uma partida de futebol. Quem estava no estádio não sabe exatamente como a confusão começou. A protética Roseane Larsen, de 23 anos, foi de Blumenau a Joinville para ver de perto o time do coração, o Vasco. Ela só se deu conta da gravidade da situação quando alguns torcedores que estavam próximos dela saíram correndo ao encontro dos rivais. Na confusão, chegou a cair depois de ser empurrada por pessoas que tentavam deixar a arena. – Não havia policiais, cordões de isolamento, mas havia pedaços de pau com pregos na ponta. Não dá para acreditar! Era a primeira vez que Roseane pisava em um estádio de futebol. E foi também a última, afirma a protética. – Hoje foi triste. Não me importo se o Vasco foi rebaixado. Isso faz a gente perder a graça de certo prazeres da vida. Futebol, pra mim, era um deles – diz ela. Com a confusão, quatro pessoas ficaram feridas e três homens envolvidos na briga generalizada acabaram presos. O jogo precisou ser interrompido por 70 minutos e a responsabilidade sobre a segurança do estádio virou alvo de jogo de empurra entre a Polícia Militar, o Ministério Público e o Joinville Esporte Clube.

Mendigos são foco de polêmica
Um grupo de moradores da Praia de Canasvieiras, em Florianópolis, acusa a prefeitura de Balneário Camboriú de exportar mendigos para o local. A alegação é negada pelas prefeituras das duas cidades e classificada de irresponsável pela Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social de Balneário Camboriú. O presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Canasvieiras, Carlos Hennrichs, admitiu que não tem provas materiais, mas garantiu que basta perguntar para os moradores de rua para descobrir que a origem deles é o Litoral Norte, em especial Balneário Camboriú. Independentemente de onde vieram, a presença desagrada a população local. O motorista Marcelo Gonçalves, 54 anos, reclamou que a mulher evita caminhar na areia por medo de ser atacada e que as pessoas são intimidadas ao estacionarem o carro em algum comércio. O garçom Halifi Ulisses Martins, 20 anos, veio de Taquarituba (SP) e contou que é comum ver moradores de rua pedindo dinheiro para os clientes nas mesas e que mesmo expulsos eles voltam. O assunto tomou conta das rodas de conversa de Canasvieiras, mas não significa que todos consideram os mendigos um mal que precisa ser extirpado. Mesmo assim, parte dos moradores repete histórias de kombis e ônibus que “desovaram” gente de outras cidades. Os recém-chegados teriam expulsado crianças de parques, agora usados para consumo de drogas ou como dormitório. Ocorre que muitos consideram a posição extrema e citam que a praia tem problemas maiores, como tráfico de drogas e falta de policiamento. Uma das organizadoras das passeatas contra os mendigos, Luciana Gertrudes Silva lembra que registrou boletim de ocorrência contra os moradores de rua e reclama do impacto no turismo, mas ressalta que o caso é para tratamento. O presidente do Conseg de Canasvieiras diz que foram apenas duas visitas e nenhum mendigo encaminhado para tratamento.

Deic desarticula quadrilha com base na Praia do Rosa
Uma casa na Praia do Rosa, no Litoral Sul de Santa Catarina, era usada como esconderijo de uma quadrilha de brasileiros e uruguaios presa em flagrante pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). O grupo é suspeito de tráfico internacional de drogas, de acordo com o responsável pela investigação e operação, titular da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Deic, delegado Claudio Monteiro. Anotações de vôos para a Europa com escalas em diversos países, como Bélgica e Portugal, foram encontradas com o bando, que atuava na região de Garopaba e Imbituba e distribuiria droga em SC e no Rio Grande do Sul, conforme a Polícia Civil. Cinco pessoas foram presas em flagrante, sendo dois homens e uma mulher brasileiros e dois uruguaios. A DRE apreendeu uma carga de cocaína. Diversas malas preparadas para esconder a droga foram apreendidas, além de aproximadamente 50 quilos de maconha, três balanças de precisão, uma pistola calibre .380 e dois kits de ferramentas que seriam utilizadas para ocultar a droga nas malas. Contando esta apreensão, em apenas um mês a Divisão de Repressão a Entorpecentes da Deic conseguiu garantir a apreensão 1,5 tonelada de maconha. Depois de dois meses de investigações, a DRE recebeu a informação de que a quadrilha faria uma negociação na quarta-feira. A transação acabou ocorrendo no dia seguinte e a polícia conseguiu fazer o flagrante. Os presos foram conduzidos para a sede da Deic, em Florianópolis.

África do Sul se une em orações
Os sul-africanos se dirigiam ontem às igrejas, mesquitas, templos e sinagogas de todo o país para lembrar Nelson Mandela, no início de uma semana de cerimônias oficiais em homenagem ao ícone da luta contra o apartheid. Na pequena igreja reformada holandesa de Melville, em Johannesburgo, o reverendo André Barlett acendeu uma vela em um altar em memória de Nelson Mandela “em agradecimento a Deus, que nos deu alguém que representava valores importantes, valores de paz, de reconciliação, de respeito e de humanidade”. – Pensem nos anos 1990 e no medo que tínhamos pelo que ocorria em nosso país: sob a direção de Mandela, nenhum desses medos se cumpriu. Obrigado, Senhor, por ter proporcionado este líder ao nosso país neste momento importante – acrescentou o pastor desta igreja, que era a religião quase oficial do regime segregacionista do apartheid. Na igreja católica de Regina Mundi, em Soweto, feudo da resistência ao apartheid, o padre Sebastian Rossouw convocou os fiéis a rezarem por Mandela, de quem destacou “a humildade e a capacidade de perdoar”. O atual presidente sul-africano, Jacob Zuma, compareceu a um serviço metodista – a Igreja à qual a família Mandela pertence – na periferia de Johannesburgo junto com Winnie, ex-mulher do também Prêmio Nobel da Paz de 1993. – Devemos rezar para não esquecer alguns dos valores que Madiba defendia, pelos quais lutou, pelos quais sacrificou sua vida – disse Zuma. A semana de cerimônias oficiais terminará no próximo domingo, quando Mandela for enterrado. Hoje o Parlamento sul-africano realizará uma sessão extraordinária em sua homenagem e amanhã haverá uma cerimônia no estádio Soccer City, onde Mandela fez a última aparição, na final da Copa do Mundo de 2010. Chefes de Estado, artistas, monarcas e líderes espirituais de todo o mundo estão convidados. O presidente francês, François Hollande, o americano Barack Obama e a brasileira Dilma Rousseff já confirmaram presença.

 

Últimas notícias