Manchetes dos Jornais e Clipping - 05/07/13 - Sexta-feira

05/07/2013

Diário Catarinense 
Polícia muda de estratégia para combater facção

A Notícia 
Dalmo deixa a Saúde e faz crítica à burocracia

Jornal de Santa Catarina 
Blumenau terá pontos fixos para coletar lixo

Folha de São Paulo
 Partidos aliados dizem não a Dilma, e plebiscito é adiado

O Estado de São Paulo
 Temer descarta plebiscito agora; Dilma reage e ele recua

O Globo
Temer derruba plebiscito e, sob pressão, volta atrás

Valor Econômico
 Bônus de R$ 15 bi no pré-sal visa ganhos de curto prazo

Correio Braziliense
Dividido, governo enfraquece ainda mais o plebiscito

Zero Hora
Temer recua após descartar plebiscito

(Folha de São Paulo)
Rejeição de aliados força Dilma a adiar plebiscito
Pressionado pelos partidos de sua base aliada, o governo Dilma Rousseff desistiu de trabalhar para que o Congresso convoque um plebiscito sobre a reforma do sistema político brasileiro que produza efeitos já nas eleições de 2014. O governo agora tentará viabilizar uma consulta no ano que vem, em março ou no fim do ano, para fazer mudanças que só começariam a valer nas eleições de 2016. A definição sobre o momento e os temas do plebiscito dependerá do Congresso Nacional, que tem a prerrogativa de elaborar o decreto legislativo sobre a consulta. Em dez dias, esse foi o segundo recuo do Palácio do Planalto na principal proposta de Dilma para responder às manifestações de rua. O recuo do governo foi anunciado após uma reunião pela manhã do vice-presidente Michel Temer com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Aloizio Mercadante (Educação) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e líderes de oito partidos aliados. A falta de apoio no Congresso e os prazos impostos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para realização do plebiscito foram determinantes para levar o governo a desistir da ideia de realizar a consulta antes de outubro. Temer disse que a consulta imediata foi inviabilizada pelo prazo fixado pelo TSE, pois o Congresso teria de aprovar a reforma antes de 5 de outubro para que as regras pudessem valer no ano que vem. "Não há mais condições de fazer nenhuma consulta antes de outubro. Não havendo condições temporais para fazer a consulta, qualquer reforma que venha se aplicará nas próximas eleições e não para essa [2014]", disse ele após a reunião: "É uma ideia descartada no momento". Ao longo do dia, o Planalto trabalhou para tentar desfazer a imagem de que recuara ou desistira do plebiscito. Em Salvador, Dilma reafirmou seu apoio à proposta: "Não sou daqueles que acreditam que o povo não é capaz de entender [o plebiscito] porque as perguntas são complicadas" e disse acreditar na "inteligência, esperteza e sagacidade do povo brasileiro". A presidente ressaltou, porém, que só fez uma "sugestão": "Como o Executivo federal não pode fazer essa consulta, porque pela Constituição quem faz essa consulta é o Parlamento, Câmara e Senado, nós encaminhamos uma sugestão pedindo ao Congresso Nacional que convocasse esse plebiscito". Cardozo reproduziu o argumento da presidente. Segundo ele, cabe ao Congresso definir o conteúdo e a data do plebiscito: "O governo não pode bater o martelo numa coisa [em] que não tem o martelo. Não é dele, é do Congresso. Nós só sugerimos". Após a repercussão negativa de suas declarações sobre a inviabilidade de um plebiscito válido em 2014, Temer divulgou nota dizendo que tinha sido mal interpretado. O vice disse que o governo "mantém a posição de que o ideal é a realização do plebiscito em data que altere o sistema político-eleitoral já nas eleições de 2014": "Minha declaração sobre a realização do plebiscito da reforma política relatou a opinião de alguns líderes da base". Inicialmente, Dilma havia sugerido um plebiscito para ouvir os eleitores sobre uma constituinte exclusiva sobre a reforma política. A ideia foi alvo de questionamentos jurídicos e ataques de políticos. Para contornar o impasse, Dilma reapresentou a proposta de reforma política, mas defendeu que fosse feito um plebiscito este ano e enviou ao Congresso mensagem propondo que a população fosse ouvida sobre cinco pontos. A oposição viu no recuo um "fracasso" do governo. Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) disse que o plebiscito "já nasceu morto" e por isso o governo teve de reconhecer que a realização da consulta popular seria "inviável".

Senado aprova punição a empresa corruptora
O Senado aprovou ontem projeto que pune e responsabiliza empresas que pratiquem atos de corrupção contra a administração pública. Conhecida como "lei anticorrupção", a proposta garante o ressarcimento do prejuízo causado aos cofres públicos por atos de improbidade e estabelece multa a ser paga por empresas que cometerem as irregularidades. O projeto vai à sanção da presidente Dilma Rousseff. A aprovação é mais uma tentativa do Congresso de responder às manifestações populares que ocorrem no país. A proposta tramitava na Câmara desde 2010. Relator do projeto, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) disse que a "voz das ruas" acelerou sua análise. "Que bom ouvir o brado das ruas. É pela vontade do povo que uma sociedade evolui. É isso que temos presenciado nas últimas semanas para o espanto de alguns, mas para o bem da maioria", afirmou o peemedebista. O projeto determina que serão punidas medidas como fraude em licitações e em contratos, obtenção de vantagens e benefícios ilícitos, dar vantagens indevidas a agentes públicos, entre outras práticas irregulares. Na esfera administrativa, as empresas poderão sofrer multas que variam de 0,1% a 20% de seu faturamento bruto do exercício anterior ao da instauração do processo. Se não for possível calcular o faturamento, o texto fixa as multas entre R$ 6 mil e R$ 60 milhões. O pagamento não isenta a pessoa jurídica a reparar integralmente o dano causado. Na aplicação das sanções, serão levados em conta a gravidade da infração, vantagem pretendida pelo infrator e grau de lesão, entre outros. A legislação em vigor prevê sanções civis para crimes de improbidade administrativa, mas não estipula o pagamento de multa --e só enquadra as empresas se ficar comprovado que pessoas físicas tenham praticado o ato de corrupção. Na Justiça, as empresas poderão perder bens e ter suas atividades suspensas ou proibidas de receber incentivos ou subsídios do Poder Público por no mínimo um ano e no máximo cinco anos, assim como a dissolução compulsória da pessoa jurídica. O texto atinge empresas, fundações, associações ou mesmo sociedades estrangeiras que tenham sede em território brasileiro. A responsabilização da pessoa jurídica não exclui, segundo o projeto, a responsabilidade individual dos funcionários da empresa que cometerem os crimes--e os dirigentes só responderão se ficar comprovada a culpa. O projeto prevê o chamado "acordo de leniência" para as empresas, uma espécie de delação premiada que reduz as punições para aquelas que colaborarem com as investigações. Entre as colaborações, estão identificar os envolvidos na infração e obter documentos que ajudem na apuração dos crimes. A pessoa jurídica tem que manifestar interesse em colaborar com a investigação, assim como fica obrigada a suspender qualquer ato que configure irregularidade. O acordo pode reduzir em até dois terços o valor da multa aplicada à empresa. "O estímulo à delação premiada torna mais factível a punição de todos os envolvidos. O delator não fica isento de reparar integralmente o dano causado", disse Ferraço.

Presidente interino é empossado e islamitas sofrem cerco no Egito
Em meio à perseguição a líderes do grupo islâmico Irmandade Muçulmana, o ex-presidente da Suprema Corte Constitucional do Egito Adly Mahmud Mansur foi jurado ontem como presidente interino do país. Ele substitui, assim, o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito, Mohammed Mursi, deposto anteontem em um golpe militar. O islamita foi retirado do poder pelo Exército após milhões terem ido às ruas, durante a semana, pedir por eleições antecipadas. Ele encontra-se detido pelas Forças Armadas e impedido de sair do país por "insulto ao poder Judiciário". Em discurso recente, havia acusado magistrados de serem resquícios do regime do ex-ditador Hosni Mubarak. A Irmandade, organização à qual Mursi é ligado, recusa a transição política e denuncia um golpe de Estado. Em seu discurso de posse, Mansur afirmou que usará o poder para "consertar e corrigir a revolução", numa referência à onda de revoltas que derrubou Mubarak em fevereiro de 2011 e abriu espaço para a eleição de Mursi. Está previsto que sejam organizadas eleições presidenciais e parlamentares no país, após um período de transição indeterminado. O presidente interino convidou a Irmandade Muçulmana ao diálogo. Membros do grupo, porém, afirmam sofrer perseguição pelo governo interino. Além de Mursi, ao menos oito islamitas estão detidos pelo Exército. Haveria, segundo relatos, ordens de prisão para outros 300 integrantes do grupo. Parte da liderança estaria incomunicável. "É um golpe militar", diz Gehad el-Haddad, porta-voz da Irmandade Muçulmana. "O fato de ter um rosto civil não torna a situação melhor." Ele confirma à Folha a detenção de Mursi, sobre o qual há boatos de ter sido levado ao Ministério da Defesa, e afirma que houve conflitos nos bairros islamitas após o anúncio da deposição. Os confrontos, diz, foram provocados pela oposição. "Tudo indica que estamos indo de volta à era da repressão. Nós não somos estúpidos para acreditar na capacidade da polícia de nos defender", diz Haddad. Durante o regime de Mubarak, o grupo era proibido de exercer atividades políticas. Ontem, a Promotoria pediu a prisão do guia espiritual da entidade, Mohamed Badie, e de seu número dois, Khairat al-Shater. Eles são acusados pelos militares de incitar a violência. "O Exército quer desmontar a máquina política da Irmandade porque tem medo de que nós sejamos eleitos de novo, caso participemos da eleição", diz o porta-voz. Haddad falou à reportagem nos arredores da mesquita de Rabia al-Adawiya, que se tornou quartel general de militantes e simpatizantes da Irmandade. Homens com capacetes de construção e pedaços de pau fazem as vezes de segurança. "Não vamos sair daqui até que Mursi seja o presidente de novo", diz Amal Hassan. Coberta pelo véu islâmico, a apoiadora de Mursi pergunta: "Onde estão os países que dizem defender a democracia? Por que estão calados?" Para outro simpatizante, Mahmud Ali, o golpe que depôs Mursi é uma "contrarrevolução". "Até agora, temos nos mantido pacificamente. Mas, se nos atacarem, vamos nos defender."

Investimento em Eike traz perda a fundo dos Correios
A derrocada das empresas de Eike Batista é um dos motivos que colaboraram para um deficit milionário do fundo de pensão dos funcionários dos Correios. Nos últimos dois anos, o fundo Postalis teve deficit de R$ 985 milhões. O rombo será dividido entre os Correios e os participantes do fundo. Desde abril, está sendo descontado dos salários dos funcionários dos Correios o equivalente a 3,94% do valor do benefício que terão direito quando se aposentarem. O Postalis é o 14º maior fundo de pensão do Brasil, com patrimônio de R$ 7,68 bilhões, e é o terceiro em número de participantes, com 130 mil pessoas. Do deficit total, R$ 287 milhões são de origem técnica, como a alta na expectativa de vida das pessoas, que passam a receber benefícios por mais tempo. Os R$ 698 milhões restantes são financeiros. Em gravação obtida pela Folha, Wanderley José de Freitas, presidente da Globalprev (consultoria contratada pelo Postalis), diz a um grupo de funcionários que o deficit "decorre da significativa redução dos juros e da diversificação que ocorreu na Bolsa, concentrada especialmente em ações das empresas de Eike Batista". Os fundos de pensão estão sendo prejudicados pela queda dos juros, que tornou mais difícil cumprir as metas de rentabilidade e forçou a diversificação dos investimentos. O Postalis teve rentabilidade de 7% em 2012, abaixo da meta (12,6%) e abaixo dos 15% de média do setor. Também presente ao encontro, o presidente do Postalis, Antônio Carlos Conquista, foi questionado por um participante sobre o porquê de "colocar todos os ovos em uma cesta só", referindo-se às empresas X. Conquista respondeu que as ações do EBX subiram muito em 2010 e 2011. "As escolhas do passado eram as melhores. Não tenho dúvidas de que vocês fariam o mesmo." Ele disse acreditar na recuperação do grupo por causa da possibilidade de entrada de sócios estrangeiros ou até de uma ajuda do BNDES. "Seguramente vão subir de novo, porque está vindo uma série de ajustes. Está sendo vendida para grupo estrangeiro, entra BNDES no meio." Essa reunião aconteceu no início do ano e estavam presentes cerca de cem pessoas. Na época, os executivos do Postalis foram até as regionais dos Correios explicar os motivos do deficit. Procurado durante dois dias, o Postalis não esclareceu quanto dos R$ 698 milhões de rombo foi provocado pela queda dos juros e quanto foi causado pelos investimentos no grupo EBX. Essa informação não está disponível em seu balanço na internet. A Globalprev não retornou as ligações. O fundo informou que investe 7,98% do patrimônio em ações --o equivalente a R$ 613 milhões. E que as empresas X representam hoje 1,66% do total --ou R$ 127,5 milhões. A termelétrica MPX é a maior aposta (1,33%). Ou seja, 20,8% dos investimentos em ações estão nas empresas de Eike. Esse porcentual pode ter sido mais alto, dada a queda das empresas X na Bolsa. O Postalis diz que começou a investir no grupo EBX em setembro de 2011, mas não revelou quanto aplicou. Desse período até agora, a ação da MPX, a melhor empresa do grupo, caiu 27%, para R$ 7,11. Os funcionários estão preocupados com o deficit do Postalis. "O fundo é o nosso futuro e não concordamos que seja investido em sonhos, como as empresas do Eike Batista", disse Luiz Alberto Menezes Barreto, presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap). A Adcap enviou carta ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, presidente do conselho de administração dos Correios, pedindo que "atue com urgência para corrigir os rumos" do Postalis. Em nota, o ministério disse que "tomou conhecimento do assunto por meio de auditoria realizada pelos Correios" e determinou "o encaminhamento de informações" para "orientação sobre possíveis providências". Não há dados públicos sobre a performance dos investimentos do Postalis em 2013. O fundo informou que mantém ações do grupo EBX, porque "são investimentos de longo prazo".

Poupança registra captação líquida recorde
Os depósitos na poupança superaram os saques em R$ 9,451 bilhões em junho, o maior valor mensal de captação líquida desde o início da série histórica, em 1995. O recorde anterior era de dezembro do ano passado: R$ 9,205 bilhões. A caderneta continua atraindo investidores apesar da mudança da regra da aplicação no ano passado, que reduziu a rentabilidade. Pela nova norma, a caderneta rende, para depósitos a partir de 4 de maio de 2012, o equivalente a 70% do juro básico (Selic) mais TR (Taxa Referencial, atualmente zerada), sempre que a Selic estiver em até 8,5% ao ano. Hoje, com a taxa em 8% ao ano, o rendimento da poupança está em 0,455% ao mês (5,6% ao ano). Para depósitos anteriores a 4 de maio do ano passado, ou sempre que a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, vale a regra antiga: rendimento 0,50% ao mês (ou 6,17% ao ano) mais a TR. Mesmo com a rentabilidade atual, a caderneta paga mais que a maioria dos fundos de renda fixa considerando o ganho líquido mensal, descontados impostos e taxas, segundo levantamento da Anefac (associação dos executivos de finanças). A principal vantagem da poupança é a isenção de Impostos de Renda, cuja alíquota varia de 15% a 22,5% sobre o rendimento dos fundos conforme o prazo de resgate. Economistas consultados pela reportagem apostam em continuidade do aumento do juro básico, para conter a inflação, e acreditam que a Selic deva superar os 8,5% em agosto --o que levaria a poupança para a regra antiga. "Vemos uma alta de 0,50 ponto percentual na próxima reunião [do Banco Central, no dia 10], outra de 0,50 ponto em agosto e mais uma de 0,25 ponto percentual antes de terminar o ano, até 9,25% ao ano", afirmou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

(Diário Catarinense)
Dia tumultuado
Invasão de integrantes do Movimento Passe Livre à central que vende bilhetes de ônibus ao lado do Terminal de Integração do Centro e paralisação relâmpago de motoristas e cobradores causaram transtornos ontem para quem depende do transporte público em Florianópolis. A ocupação da sede do Sindicato das Empresas do Transporte Urbano de Florianópolis (Setuf) ao lado do Terminal de Integração do Centro (Ticen) no início da tarde de ontem foi apenas o começo de um dia tumultuado para quem depende do transporte coletivo em Florianópolis. No meio da tarde se juntou a paralisação sem aviso de motoristas e cobradores de ônibus ao bloqueio feito por integrantes do Movimento Passe Livre que impediam a venda de passagens. Foram duas horas sem circulação na cidade, que culminaram com ameaça de uma greve para o início da próxima semana. A invasão do prédio ocorreu de forma articulada e silenciosa. Os manifestantes foram entrando de três em três e pegando senhas. Ao serem chamados não se dirigiam ao balcão. Quando estavam num grupo de aproximadamente 30 pessoas, ordenaram que os funcionários desligassem os computadores e avisaram que não tinham disposição de deixar o local. Chegaram a ser 300 durante o dia. Mudaram de ideia no início da noite, oito horas após a invasão, depois de uma assembleia, mas saíram prometendo voltar hoje. Assim que desocuparam o Setuf, dividiram-se em pequenos grupos e passaram a incentivar a população a não pagar para entrar no terminal, movimento que ganhou o nome de catracaço. No começo de cada mês, aproximadamente 3 mil pessoas procuram o Setuf, boa parte delas para desbloquear créditos do vale-transporte. É o caso de Samanta Alves, analista de Recursos Humanos em uma empresa de segurança do Centro da Capital, que tentou liberar o cartão de seis funcionários. – Estou apavorada. Não sei o que fazer com os funcionários. Vou ter de decidir entre entregar dinheiro para eles ou buscá-los e levá-los em casa – disse.

Desgate tira Joceli e Dalmo de cena
As saídas de Joceli de Souza da presidência da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e de Dalmo de Oliveira da Secretaria da Saúde eram aguardadas nos bastidores do Executivo. Desgastado pela interdição do Centro Integrado de Cultura (CIC), Joceli de Souza deixou a presidência da Fundação Catarinense de Cultura (FCC). A informação, antecipada pelo colunista do Variedades, Marcos Espíndola, foi confirmada após uma série de conversas no governo estadual e na Assembleia Legislativa que resultaram no consenso para que Joceli pedisse demissão, evitando ser demitido. Reaberto em setembro de 2012 depois de três anos e R$ 17 milhões investidos em reformas, o CIC não recebeu o alvará dos bombeiros depois de vistoria feita em fevereiro deste ano. Novas vistorias foram realizadas no local. Joceli havia informado que uma nova avaliação seria realizada ainda ontem, numa tentativa de reabrir o teatro. Os bombeiros negaram que o pedido tivesse sido feito, o que piorou a situação do presidente.  A interdição do CIC acabou sendo a gota d’água na passagem de Joceli pela FCC, iniciada em 2011. É atribuída a seu estilo de comando e à existência de desgastes com setores da classe artística, prefeitos e do próprio governo estadual. As críticas feitas diretamente ao governador eram frequentes e vinham de diversas áreas. Joceli creditava essas críticas à suposta perseguição por parte de setores da imprensa e da classe artística. Com a decisão de que Joceli deveria deixar o comando da FCC, o secretário Beto Martins (PSDB), de Turismo, Cultura e Esporte, foi à Assembleia Legislativa conversar com o deputado Gilmar Knaesel (PSDB), ex-secretário da pasta e padrinho da indicação. O deputado foi comunicado de que Joceli seria convidado a demitir-se e não pressionou por sua manutenção. Em reunião com o governador, o secretário e o deputado, foi dada a Joceli a opção de pedir demissão. Ele mostrou-se surpreso, mas aceitou a proposta. Com uma carta de demissão endereçada ao governador Raimundo Colombo (PSD), chegou ao fim ontem pela manhã a passagem do médico joinvilense Dalmo Claro de Oliveira (PMDB) pela secretaria estadual de Saúde. Considerada prioridade “número um, número dois e número três” do governo pessedista, a pasta passará a ser comandada a partir da próxima semana pela atual secretária de Assistência Social de Joinville, Tânia Eberhardt (PMDB), que, ainda não formalizada no cargo, deve ser anunciada por Colombo nos próximos dias. Desgastado e isolado pelo primeiro escalão do Executivo, que passou, nos últimos meses, a fazer reuniões e eventos sem a presença do secretário, Dalmo diz que sua decisão foi tomada na hora certa. – Considero um bom tempo os dois anos e meio que permaneci à frente da secretaria. Acredito que saindo agora também dou um tempo razoavelmente bom para o próximo secretário inteirar-se das ações da pasta – afirma. Oficialmente, o médico alega que a burocracia, a falta de recursos e as dificuldades em promover avanços pesaram em sua decisão. Nos bastidores, interlocutores do governo dizem que a demissão foi um ato de dignidade do agora ex-secretário e que sua trajetória lembra o processo de fritura pelo qual o deputado federal Marco Tebaldi (PSDB) passou no início de 2012, quando deixou a Educação. Cientes do estilo indireto do governador, havia consenso no governo de que Dalmo não fazia mais parte da equipe desde que o secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni, iniciou os estudos sobre o novo modelo de gestão dos hospitais regionais e que sua permanência seria questão de dias. Antes de embarcar para o Japão, em junho, o governador passou a sondar nomes que pudessem ocupar o cargo – preferencialmente alguém de Joinville e do PMDB.

Delegada é presa em São Bento do Sul
A delegada regional da Polícia Civil de São Bento do Sul, Angela Teresa Bork Roesler, e uma policial cuja identidade não foi informada pelo Ministério Público de Santa Catarina, foram presas ontem à tarde acusadas de envolvimento em 76 crimes. Elas ficarão detidas na Deic, em Florianópolis. Um terceiro policial foi afastado. Angela foi presa preventivamente por uma denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Marcio Gai Veiga. Ele apontou, ainda, o envolvimento de outras oito pessoas, todas de São Bento do Sul. Os crimes envolvem formação de quadrilha, peculato, compras ilegais, desvio de dinheiro público e até escutas telefônicas ilegais, que teriam ocorrido entre janeiro de 2012 e maio de 2013. A operação teve o apoio de policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas de Joinville, uma força-tarefa formada pelo MP e policiais civis e militares. Angela e a agente foram ouvidas ontem no Fórum de São Bento do Sul e seriam encaminhadas à Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis. Entre os indícios apurados estão: desvio de recursos do convênio de trânsito de São Bento do Sul (o dinheiro teria sido desviado para uma oficina mecânica que prestava serviços à delegacia), desvios de recursos na compra de equipamentos eletrônicos, recebimento indevido de um seguro e quebra de sigilo de ligações telefônicas com fins não autorizados.

Polícia faz ações regionais contra o crime organizado
Ações regionalizadas são a nova estratégia da polícia para impedir que o crime organizado volte a promover atentados em Santa Catarina. No Sul, em dois dias, foram mobilizados 200 policiais civis e militares em prisões ligadas a delitos ordenados de dentro de presídios e relacionados ao tráfico de drogas e a tentativas de homicídios. As operações em Criciúma e Tubarão foram lideradas por policiais da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de cada uma das cidades. O saldo até ontem à tarde era de 12 pessoas presas e 40 mandados de busca e apreensão cumpridos e drogas, armas e dinheiro recolhidos. O diretor da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Akira Sato, afirma que as ações pontuais das DICs pelo Estado são de extrema importância para estancar a facção e evitar novas ondas de ataques. – Só a Deic, em razão do efetivo, não dá conta. Temos 30 DICs pelo Estado. Se cada uma delas prender 10 pessoas, as 100 prisões do PGC que fizemos viram 400. Então há sim a nossa expectativa dessa ação regionalizada estadual ser intensificada – reconhece Akira. Em Tubarão, a polícia apura denúncias de que criminosos ligados ao PGC estão à frente de empresas lícitas, que na verdade são de fachada e utilizadas para lavar dinheiro do crime. Nas duas operações ficou evidente a necessidade do combate ao tráfico de drogas por delegacias especializadas, a de conter adolescentes infratores recrutados pelo crime e a de melhorar ações para evitar a comunicação de detentos e criminosos nas ruas. – Os líderes de outras regiões, do Norte, Capital e Itajaí, se misturaram com os presos daqui do presídio e da Penitenciária de Criciúma. Das cadeias, acabavam se comunicando com os criminosos de fora para cometer os crimes, principalmente o tráfico – ressaltou o delegado da DIC de Criciúma, André Milanese. Entre novembro e março, SC enfrentou mais de 170 ataques criminosos, entre ônibus queimados e tiros contra prédios públicos e automóveis.

 

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